Juíza determina desmembramento de processo do Caso Bruno

Rosildo Mendes e Renata Evangelista - Do Hoje em Dia
08/02/2013 às 17:14.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:51
 (Maurício de Souza/Arquivo)

(Maurício de Souza/Arquivo)

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri da comarca de Contagem,na região Metropolitana de Belo Horizonte, determinou o desmembramento do processo sobre a morte da ex-modelo Eliza Samudio, na noite desta sexta-feira (8). Com a decisão, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de matar a ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, só será ouvido no dia 22 de abril, às 9 horas. O julgamento do goleiro e de Dayanne dos Santos continua marcado para o dia 4 de março de 2013, às 9 horas, em Contagem.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a magistrada argumentou que o julgamento poderia ser cansativo, destacando o cansaço dos jurados que, ficam submetidos à confinamento involuntário, “tendo que modificar sua rotina, ausentar de seus lares e do seu trabalho”, explica a juíza.

Defesa de Bola pretende anular julgamento com novo argumento

A defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", utilizou de mais uma manobra jurídica para tentar impedir que ele seja julgado pelo assassinato de Eliza Samudio. Os advogados Ércio Quaresma e Fernando Magalhães impetraram, na tarde desta sexta-feira (8), exceção de suspeição (recurso) contra a juíza Marixa Fabiane Lopes.

A intenção da defesa é que o julgamento que condenou Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", e Fernanda Gomes de Castro seja anulado. Além disso, os advogados esperam que a magistrada, titular do fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, não seja a juíza do caso.

Fernando Magalhães informou que uma das juradas que participou do julgamento sofreu uma crise gástrica e foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Contagem. Lá, a mulher que formava o Conselho de Sentença precisou ficar em observação por aproximadamente quatro horas. O problema relatado pela defesa é que o fato não consta na ata do julgamento, o que foi considerado um erro grave.

"Para nós, o médico poderia ter ido atender a jurada no próprio tribunal, ou então um oficial de justiça deveria ter ido acompanhar a mulher. Mas não sabemos o que aconteceu. Porque omitiram a informação?", questionou Magalhães. Na visão dele, o conselho de júri deveria ter sido dissolvido.

No documento protocolado nesta sexta-feira, os advogados esperam que a juíza reconheça seu erro. Caso isso não ocorra, os defensores irão impetrar um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), nos próximos dias, pedindo a anulação do julgamento, já que houve quebra de incomunicabilidade dos jurados.

Conflitos

Magalhães apontou ainda outros detalhes que, segundo ele, podem resultar no adiamento do julgamento de "Bola" e consequentemente de Bruno. Para o advogado, o fato de a juíza ter determinado a emissão da certidão de óbito de Eliza Samudio já é uma condenação de seu cliente, uma vez que ela está opinando sobre o caso e sendo imparcial. Além disso, conforme o defensor, a magistrada começou a andar com segurança pessoal depois de boatos de que o ex-policial teria a ameaçado de morte.

"Se a justiça prevalecer meu cliente será absolvido. Se a injustiça for maior ele será condenado", finalizou Magalhães.

Caso Bruno

Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é acusado de matar a ex-amante do goleiro Bruno a pedido do atleta. Ele e o jogador respondem pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O julgamento dos dois e da ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, está marcado para o dia 4 de março de 2013.

Eles tiveram o processo desmembrado durante o júri popular que ocorreu de 19 a 23 de novembro, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem. Na ocasião, apenas Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno, foram julgados. Macarrão foi sentenciado em 15 anos de prisão e Fernanda em cinco no regime aberto.

Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o "Coxinha"; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado.

Atualizada às 22h25

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