O julgamento por júri popular do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como "Bola", um dos condenados pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio, chega ao segundo dia na manhã desta quinta-feira (11), no Fórum Lafayette, no Barro Preto, região Centro-Sul de BH.
Trata-se de júri referente ao homicídio de um motorista no bairro Juliana, na região Norte da capital, há 10 anos. Bola vai a júri juntamente com um comerciante, também envolvido no crime.
De acordo com o Fórum, o debate entre as partes teve início às 9h30 e um intervalo está programado para as 12h. Uma hora mais tarde, os trabalhos serão retomados. A previsão é de que a sentença saia por volta das 19h desta quinta.
O júri popular é presidido pela magistrada Myrna Fabiana Monteiro Souto. Em 2013, Bola foi condenado a 22 anos de prisão pela morte e ocultação de cadáver de Samudio. O crime teria acontecido a mando do goleiro Bruno Fernandes, que também cumpre pena.
Crime passional
Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas, o comerciante teria descoberto que sua esposa tinha um relacionamento amoroso com o motorista e decidiu matá-lo. O comerciante teria contratado Bola para executar o crime.
Segundo os relatos nos autos, no dia do crime o motorista caminhava próximo à sua casa no bairro Juliana, quando foi abordado pelo ex-policial, que o cumprimentou para se certificar de sua identidade, atirou e fugiu em seguida.
O comerciante, que teria encomendado o assassintao, e o ex-policial, que teria executado, foram denunciados por homicídio duplamente qualificado, mediante promessa de recompensa e com dificuldade de defesa para a vítima.
De acordo com Ércio Quaresma, advogado de Bola, seu cliente nega a autoria do crime. “O caso se baseia no relato de uma testemunha inocular, que padece de problema oftalmológico e diz que reconheceu o meu cliente à noite. A testemunha identificou o assassinao como um homem branco de 1,80m, mas o meu cliente tem 1,70m”, explica o advogado. “O Bola mesmo falou na época que todo 'cachorro' seria colocado na conta dele. E é o que está acontecendo, pois não há provas contra ele”.
(Com Cinthya Oliveira)