Justiça acata denúncia e promotor vira réu pela morte da mulher em BH

Rosiane Cunha
rmcunha@hojeemdia.com.br
25/08/2021 às 18:30.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:45
 (Mirna de Moura/TJMG)

(Mirna de Moura/TJMG)

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou nesta quarta-feira (25), por unanimidade, a denúncia de feminicídio oferecida pelo Ministério Público (MPMG) contra um promotor de Belo Horizonte acusado de matar a mulher, em abril deste ano.

A partir desta decisão, ele irá responder pelo crime de homicídio qualificado, por se tratar de feminicídio, por motivo torpe, e por ter empregado meio cruel, que dificultou a defesa da vítima.

Foram 23 votos a 0, com todos os magistrados acompanhando o parecer da relatora, a desembargadora Marcia Milanez. Mirna de Moura/TJMG

Marcia Milanez ainda afastou o argumento de nulidade de provas sustentado pelo advogado de defesa do promotor, Pedro Henrique de Pinto Saraiva. “Atenta à existência de justa causa para a instauração da ação penal, visando o esclarecimento dos fatos imputados, concebo que a peça exordial acusatória deve ser recebida”, afirmou.

Segundo a denúncia, as investigações apontaram que o réu intoxicou e asfixiou a esposa no apartamento onde moravam com os cinco filhos. O promotor está preso preventivamente desde 4 de abril e teve a prisão prorrogada. 

Ainda não há data para o julgamento.

O crime

https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/pol%C3%ADcia-e-minist%C3%A9rio-p%C3%BAblico-apuram-caso-de-mulher-de-promotor-encontrada-morta-em-bh-1.831608, de 41 anos, foi encontrada morta dentro do apartamento do casal, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, em 2 de abril. Conforme o boletim de ocorrência, o promotor informou aos militares que, pela manhã, percebeu que ela não estava bem e acionou a ambulância de um hospital particular. A equipe médica tentou reanimá-la, sem sucesso.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, o médico, que já a tratava anteriormente, teria declarado a causa primária do óbito como pneumonite, uma inflação nos pulmões que pode ser causada por diversos fatores, ou mesmo que ela poderia ter morrido por intoxicação.

https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/novo-laudo-do-iml-sobre-morte-de-mulher-de-promotor-aponta-les%C3%B5es-provocadas-por-enforcamento-1.833724 provocadas por asfixia e intoxicação. O promotor foi denunciado pelo crime de homicídio qualificado, por se tratar de feminicídio, além de motivo torpe, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima.

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