Decisão atende pedido de reparação de filha de Laudemir de Souza Fernandes
Renê Júnior e a esposa Ana Paula Lamêgo (Reprodução/ Redes Sociais)
A Justiça mineira determinou nesta quarta-feira (17) o bloqueio de R$ 1,2 milhão nas contas de Renê da Silva Nogueira Júnior - preso pelo assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes -, e da esposa, Ana Paula Balbino, delegada da Polícia Civil. A decisão atende a um pedido de reparação da filha da vítima, menor de idade.
Conforme o processo, a filha de Laudemir solicita indenização por danos morais, pensão mensal e o custeio de sessões de terapia. Também foi requisitado o bloqueio de imóveis em nome do casal e o acesso às declarações de imposto de renda dos dois.
O crime ocorreu em 11 de agosto, após Renê se irritar no trânsito e atirar em Laudemir. O empresário foi preso em uma academia no mesmo dia. A arma usada no crime era da delegada, que foi indiciada pela Corregedoria da Polícia Civil por prevaricação.
Laudemir foi assassinado em serviço pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter efetuado o tiro. A arma era da esposa, a delegada Ana Paula Lamêgo Balbino. O caso ocorreu no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte.
Renê foi indiciado por três crimes: homicídio duplamente qualificado, ameaça contra a motorista do caminhão de coleta de lixo e porte ilegal de arma de fogo. A pena pode chegar a 35 anos de prisão.
Após o crime, o empresário “seguiu a rotina” e continuou o dia como se nada tivesse acontecido. Renê foi visto no trabalho e também passeando com dois cachorros. Depois, ainda foi para a academia, onde foi preso.
Ao ser levado para a delegacia, Renê mandou mensagens para a esposa pedindo para que ela entregasse uma arma diferente da que foi utilizada no crime. "Entrega a nove milímetros. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada", escreveu, referindo-se à outra arma da delegada. Segundo o inquérito, Ana Paula não respondeu nem atendeu ao pedido do marido.
Antes de ser preso, o empresário ainda mandou outra mensagem para a esposa: "Estava no lugar errado na hora errada. Amor, eu não fiz nada".
A polícia confirmou que a arma utilizada era da esposa do empresário. Ela foi indiciada pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, ao ceder o armamento ao marido.
Conforme previsto na Lei do Desarmamento, o crime prevê pena de 2 a 4 anos de prisão. Porém, por ela ser servidora pública, poderá ter a pena aumentada por mais dois anos.
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