Renê e Ana Paula

Justiça bloqueia R$ 1,2 milhão nas contas de empresário que matou gari em BH e de delegada

Decisão atende pedido de reparação de filha de Laudemir de Souza Fernandes

Bernardo Haddad
@_bezao
17/09/2025 às 13:19.
Atualizado em 17/09/2025 às 13:31
Renê Júnior e a esposa Ana Paula Lamêgo (Reprodução/ Redes Sociais)

Renê Júnior e a esposa Ana Paula Lamêgo (Reprodução/ Redes Sociais)

A Justiça mineira determinou nesta quarta-feira (17) o bloqueio de R$ 1,2 milhão nas contas de Renê da Silva Nogueira Júnior - preso pelo assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes -, e da esposa, Ana Paula Balbino, delegada da Polícia Civil. A decisão atende a um pedido de reparação da filha da vítima, menor de idade. 

Conforme o processo, a filha de Laudemir solicita indenização por danos morais, pensão mensal e o custeio de sessões de terapia. Também foi requisitado o bloqueio de imóveis em nome do casal e o acesso às declarações de imposto de renda dos dois.

O crime ocorreu em 11 de agosto, após Renê se irritar no trânsito e atirar em Laudemir. O empresário foi preso em uma academia no mesmo dia. A arma usada no crime era da delegada, que foi indiciada pela Corregedoria da Polícia Civil por prevaricação.

Relembre o caso

Laudemir foi assassinado em serviço pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter efetuado o tiro. A arma era da esposa, a delegada Ana Paula Lamêgo Balbino. O caso ocorreu no bairro Vista Alegre, na região Oeste de Belo Horizonte. 

Renê foi indiciado por três crimes: homicídio duplamente qualificado, ameaça contra a motorista do caminhão de coleta de lixo e porte ilegal de arma de fogo. A pena pode chegar a 35 anos de prisão. 

Após o crime, o empresário “seguiu a rotina” e continuou o dia como se nada tivesse acontecido. Renê foi visto no trabalho e também passeando com dois cachorros. Depois, ainda foi para a academia, onde foi preso. 

Ao ser levado para a delegacia, Renê mandou mensagens para a esposa pedindo para que ela entregasse uma arma diferente da que foi utilizada no crime. "Entrega a nove milímetros. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada", escreveu, referindo-se à outra arma da delegada. Segundo o inquérito, Ana Paula não respondeu nem atendeu ao pedido do marido.

Antes de ser preso, o empresário ainda mandou outra mensagem para a esposa: "Estava no lugar errado na hora errada. Amor, eu não fiz nada". 

A polícia confirmou que a arma utilizada era da esposa do empresário. Ela foi indiciada pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, ao ceder o armamento ao marido. 

Conforme previsto na Lei do Desarmamento, o crime prevê pena de 2 a 4 anos de prisão. Porém, por ela ser servidora pública, poderá ter a pena aumentada por mais dois anos.

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