Justiça manda soltar novamente empresário condenado por matar sócio em BH

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
04/07/2016 às 20:50.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:10
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

O imbróglio envolvendo a prisão do empresário Leonardo Coutinho Rodrigues Cipriano, condenado a 14 anos de prisão pela morte de seu sócio Gustavo Felício da Silva segue sem uma resolução. O empresário, que teve a liberdade revogada na última semana pelo STF, voltou a conquistar o direito de aguardar o desfecho de seu julgamento em liberdade.

Uma liminar concedida pelo ministro Celso de Mello nesta segunda-feira (4) caçou o mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais na última semana. Ele havia se apresentado à Polícia na última terça-feira (28) após o Superior Tribunal de Justiça negar um pedido de habeas corpus que garantiria sua liberdde, ainda que provisória.

De acordo com o ministro Celso de Mello, o acórdão do TJ-MG parece haver transgredido postulado essencial à configuração do processo penal democrático, ao inverter a fórmula da liberdade, que se expressa na presunção constitucional de inocência (Constituição Federal, artigo 5º, inciso LVII), “degradando-a à inaceitável condição de presunção de culpabilidade”.

“Com essa inversão, o acórdão local entendeu suficiente à nulificação da presunção constitucional de inocência a mera prolação, já em primeira instância, de sentença penal condenatória recorrível, em frontal colisão com a cláusula inscrita no inciso LVII do artigo 5º de nossa Lei Fundamental, que erigiu o trânsito em julgado da condenação criminal em fator de legítima descaracterização do postulado do estado de inocência”, afirmou.

Leonardo foi condenado por homicídio duplamente qualificado – motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima. O inquérito policial concluiu que ele matou o sócio por causa de desacordo sobre uma verba de patrocínio da boate. Ele também confessou ter ocultado o corpo da vítima, que foi envolto em uma manta usada em isolamento acústico e deixado dentro de um carrinho de mão numa parte do segundo andar da Pantai, na época em reforma.

Em 28 de agosto de 2009, Gustavo Felício da Silva, de 39 anos, foi morto dentro da Boate Pantai Lounge, na avenida Prudente de Morais, bairro Cidade Jardim, Centro-Sul de BH. Ele era um dos donos do estabelecimento.

O corpo de Gustavo foi encontrado três dias depois em estado de decomposição, envolto em uma manta usada em isolamento acústico e dentro de um carrinho de mão, numa parte do segundo andar da Pantai, que estava em reforma. A casa chegou a funcionar após o assassinato.

Em depoimento à polícia, Leonardo Coutinho Rodrigues Cipriano, na época com 32 anos, sócio de Gustavo na boate, confessou o crime e alegou que a pistola calibre 380 que havia comprado poucos dias antes disparou quando ele mostrava a arma para a vítima.

Em setembro de 2009, a delegada Elenice Cristine Batista Ferreira informou que o laudo da necropsia feita no corpo de Gustavo descartou o disparo acidental. Na mesma época, Leonardo participou da reconstituição do crime na Pantai.

Em 12 de fevereiro de 2015, Leonardo foi condenado em 1ª instância a 16 anos e seis meses de prisão por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. A defesa do réu recorreu à 2ª instância.

(*)Com Ernesto Braga - Hoje em Dia

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