(Renata Evangelista/Hoje em Dia)
Ao anunciar que Belo Horizonte volta para a fase zero da flexibilização social, com o fechamento de serviços que estavam abertos, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) se desculpou pela medida, mas frisou que foi necessário para evitar o colapso do sistema de saúde. “Peço desculpas aos que respeitaram o isolamento”, disse. Em outro momento, o chefe do Executivo garantiu que “ninguém está mais triste do que eu”.
Nesta sexta-feira (26), o Executivo ordenou que lojas que estavam autorizadas a funcionar voltem a fechar as portas a partir da próxima segunda-feira (29). A explosão de casos, mortes e internações pelo novo coronavírus levou o Comitê de Enfrentamento à Covid a tomar a decisão.
“Quero dizer para a população e repetir: não estamos de férias. Fiquem em casa. Se houver churrasco num condomínio, denuncie, chame a polícia. As máscaras agora serão obrigatórias por força de lei. Foi aprovado na Câmara, e será regulamento imediatamente. Já que eu vou sancioná-la na hora que chegar à prefeitura”, disse. Renata Evangelista/Hoje em Dia / N/A
A medida foi necessária para evitar o colapso do sistema de saúde
Evolução dos casos
Em menos de cinco semanas, quando o afrouxamento do isolamento foi autorizado pela prefeitura, a cidade viu mais que dobrar os registros da doença. Hoje, a metrópole tem 4.868 infectados com 109 mortes. Em 25 de maio eram 1.402 casos e 42 óbitos. A explicação para o salto, conforme médicos que integram o comitê, é a maior circulação de pessoas nas ruas da cidade. Por isso foi preciso voltar atrás e diminuir o fluxo dos moradores, medida que vai expor menos a população ao vírus.
Quarentena
O distanciamento social em BH foi recomendado em 18 de março e, dois dias depois, a prefeitura determinou o fechamento de todos os serviços considerados não essenciais. As lojas da capital permaneceram fechadas por 66 dias, quando em 25 de maio a metrópole deu início à primeira fase da flexibilização gradual do comércio. Salões de beleza, lojas de cosméticos, brinquedos, veículos automotores e até shoppings populares puderam reabrir as portas.
Duas semanas depois, foi a vez de lojas de calçados, armas, acessórios e artesanatos receberem o aval do Executivo para retomar o funcionamento. Com a segunda fase da flexibilização, 92% dos empregos da cidade ficaram ativos e 824 mil pessoas puderam circular pelo município.
Por causa do aumento expressivo de casos da Covid-19, no último dia 12, a prefeitura freou o afrouxamento e determinou que nenhuma outra atividade comercial fosse liberada para abertura. Com isso, bares, restaurantes, academias e clubes permaneceram impedidos de reabrir.