(LEONARDO MORAIS/HOJE EM DIA)
Laudo feito a pedido da Vale teria comprovado que não havia querosene na água fornecida pela mineradora a Governador Valadares, no Leste do Estado. A água chegou a cidade em vagões-tanque na última sexta-feira (13), no ápice do desabastecimento da cidade, e foi dispensada logo depois no local de transbordo pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). A suposta contaminação e descarte revoltou a população.
Em nota distribuída na tarde desta terça-feira (17) a Vale informou que exames laboratoriais feitos na água retirada dos vagões utilizados para o transporte da água para Valadares não indicaram a presença de contaminação por qualquer tipo de combustível, incluindo querosene. “Os exames foram feitos pelo Laboratório Mérieux NutriSciencies, empresa com atuação internacional e devidamente qualificada para os testes executados”, diz a nota.
“A Vale tem esclarecido desde a semana passada que coletou a água no local indicado pela Copasa, em Ipatinga, e a transportou em vagões-tanque usados para combates a incêndios florestais. Estes vagões transportam somente água há quatro anos e nunca transportaram querosene”, reforça a mineradora, alegando ainda que entregou a água em local acordado com a prefeitura.
No mesmo documento a Vale reitera que contribuirá, enquanto for necessário, com o transporte de água em apoio aos órgãos públicos competentes que estão responsáveis pela distribuição do material nos municípios afetados, e que está prestando apoio à prefeitura de Valadares e à Samarco, com a liberação de área de sua faixa de domínio para a construção de uma nova adutora que vai levar água dos rios Suassui Pequeno ou Grande à comunidade.
“A Vale reitera seu compromisso de dar todo o suporte necessário à Samarco e as comunidades para mitigar as consequências dos eventos ocorridos em Mariana no último dia 5”.
A prefeita Elisa Costa foi procurada por meio de sua assessoria para falar sobre o laudo que descartaria a presença de querosene na água, mas não deu retorno até o fechamento desta edição.
FUNED
Um novo laudo, desta vez divulgado pela prefeitura, também na tarde desta terça-feira (17), reafirma que a água (lama) do rio Doce não é tóxica. A análise foi feita pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, com amostra coletada no dia 12 deste mês.
De acordo com a nota da prefeitura, os níveis dos chamados metais pesados, como mercúrio, cádmio, arsênio e chumbo estão dentro do limite recomendado pela resolução do CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente, "ou seja, estariam abaixo dos níveis prejudiciais à saúde".
PURIFICAÇÃO
Depois que a água é retirada do rio, o reagente (polímero de acácia negra) colocado separa a lama da água, que ainda passa pelo tratamento convencional, antes de ir pra torneira das casas, eliminando, assim, qualquer prejuízo à população. Ferro, alumínio e manganês são retirados da água com o tratamento convencional, informa o Saae.