Liga de blocos de BH denuncia intimidação policial; PM afirma que ação foi preventiva

Anderson Rocha
@rochaandis | arocha@hojeemdia.com.br
23/02/2020 às 12:25.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:43
 (Reprodução/ Instagram)

(Reprodução/ Instagram)

A Liga Blocada, que reúne grupos de Belo Horizonte como 'Havayanas Usadas', 'Então, Brilha' e 'Me Beija Que Eu Sou Pagodeiro', divulgou uma nota neste domingo (23) repudiando suposto comportamento intimidatório da Polícia Militar contra um dos integrantes da agremiação. A PM afirma que tratou-se de visita com caráter preventivo.

De acordo com texto divulgado pela liga, na última quinta-feira (20), o cantor dos blocos Havayanas Usadas e Raga Mofe, Heleno Augusto, foi surpreendido em casa, no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul da capital, por uma visita de dois policiais militares.

No encontro, segundo a nota, os agentes teriam determinado ao músico que divulgasse durante o evento mensagens de segurança da polícia. Além disso, os militares teriam advertido Heleno para que se abstivesse da adoção de gestos, palavras ou ações que tivessem o potencial de incitar nos participantes a atos que atentassem contra a segurança e tranquilidade pública.

Além disso, o texto afirma que os agentes teriam ordenado Heleno a deixar o local da apresentação do bloco rapidamente assim que o mesmo tivesse se encerrado. A liga ainda declarou que teme o que pode acontecer nos desfiles dos blocos Raga Mofe, neste domingo, e Havayanas Usadas, nesta segunda-feira (24)."Não abriremos mão dos nossos direitos assegurados no art. 5º da Constituição Federal de liberdade de expressão e de reunião em locais abertos ao público independentemente de autorização", diz um trecho do comunicado.

Outro lado

Em nota, a Polícia Militar informou que foram feitas visitas comunitárias com representantes de blocos nas áreas de alguns batalhões com cunho preventivo. Segundo a PM, o objetivo da ação é solicitar o apoio dos blocos para a divulgação de dicas preventivas durante suas apresentações.

A polícia ainda afirmou que repassou orientações para que fossem evitados estímulos à violência e a ocorrências de crimes durante o Carnaval. 

"A PMMG esclarece que os contatos com os blocos não tiveram cunho intimidativo e repressivo e ocorreram em tom amistoso e sem qualquer intercorrência", afirmou. Segundo a PM, todas as visitas geraram boletins de ocorrência "no sentido de resguardar a intenção preventiva e comunitária desses contatos".

Leia a nota completa da Liga Blocada

Na quinta feira última, dia 20.02.20, Heleno Augusto, cantor dos blocos Havayanas Usadas e Raga Mofe foi surpreendido em sua residência, no bairro Santo Antonio, em BH, por dois Policiais Militares.

Sem dar qualquer explicação, os policiais determinaram o músico que divulgasse “durante o evento mensagens de segurança da PMMG” e aindao advertiu no sentido de “abster-se de adotar qualquer gesto, palavras ou ações que tenham o potencial de incitar nos participantes atos que atentem contra a segurança e tranquilidade pública”

Indo além, a polícia ainda obrigou Heleno “ao término do evento a (...) dirigir-se, de maneira mais ágil possível para área diversa do local de realização do evento”.

Tudo isso registrado no Boletim de Ocorrência número 2020-005398419-001.

Se alguém tinha dúvidas do que estava por trás das exigências descabidas da PMMG em relação aos carros de som na última semana inviabilizando ou dificultando a realização de cortejos de vários blocos, não tem mais.

Estamos diante de uma clara ameaça ao Estado Democrático de Direito e tememos o que pode acontecer nos desfiles dos Blocos Raga Mofe neste domingo às 09h e Havayanas Usadas nesta segunda-feira porque não abriremos mão dos nossos direitos assegurados no art. 5º da Constituição Federal de liberdade de expressão e de reunião em locais abertos ao público independentemente de autorização.

Liga Blocada

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Leia a nota completa da Polícia Militar

Nota à Imprensa

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) esclarece que foram realizadas visitas comunitárias com representantes de blocos nas áreas de alguns Batalhões com cunho preventivo. O objetivo das visitas foi ampliar a sensação de segurança no Carnaval e solicitar o apoio dos blocos para a divulgação de dicas preventivas durante suas apresentações. Também foram repassadas orientações para que se evitassem estímulos à violência e ocorrências de crimes durante o Carnaval. 

A PMMG esclarece que os contatos com os blocos não tiveram cunho intimidativo e repressivo e ocorreram em tom amistoso e sem qualquer intercorrência. Inclusive, para todas as visitas foram geradas Boletins de Ocorrências no sentido de resguardar a intenção preventiva e comunitária desses contatos.  

A Polícia Militar ressalta ainda que tem contado com o apoio de vários blocos para difundir as dicas de segurança e fazer um Carnaval de Paz.  

Vale destacar que a redução dos crimes violentos neste Carnaval na capital já se apresenta bastante expressiva, na casa de 40% e que essa redução reforça que as ações da Polícia Militar de Minas Gerais, em conjunto com os blocos e os demais órgãos envolvidos, fazem do Carnaval de Belo Horizonte o mais seguro para os foliões.

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