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“Foi um acidente de moto. Eu não fiz isso com meu próprio filho”. A declaração é da ajudante de cozinha Luciene Ramos Limas, de 24 anos, mãe do bebê de 1 ano e 9 meses que teve a perna tatuada e, depois, queimada por substância semelhante a ácido cáustico. A denúncia foi feita no dia 17 de março em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, mas a mulher somente foi presa por volta das 6h do último sábado (29) e apresentada nesta segunda-feira (31) pela Polícia Civil (PC). A criança está com uma família substituta até que a Justiça decida o destino dela. Luciene, detida no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Centro-Sul, na capital mineira, foi indiciada pelo crime de tortura e castigo. Se condenada, a mulher poderá pegar de dois a oito anos de prisão. “O inquérito foi concluído e será remetido à Justiça”, frisou o delegado Roberto Veran. Segundo Luciene, o filho teria se queimado em uma motocicleta. “Ele subiu na moto do meu tio, que havia acabado de chegar de Esmeraldas (também na Grande BH). Foi um descuido”, contou, chorando. Ela garante ter levado a criança para ser medicada em um posto de saúde. “O médico já tinha ido embora. A enfermeira me deu uma pomada e orientou quanto à lavagem do machucado”, contou. O delegado não acredita na versão da mulher. O suposto tio de Luciene dono da motocicleta não foi localizado. “Como a tatuagem em uma criança começou a chamar a atenção dos vizinhos, ela tentou removê-la, machucando ainda mais a criança. Além disso, todo o corpo do garoto apresentava lesões, indicando que ele estava sofrendo maus-tratos”, contou Veran. Foi a ex-sogra de Luciene quem denunciou o crime. No dia 17, a mulher, que pediu anonimato, foi até a casa da ex-nora buscar o neto. “Ela estava bebendo em um bar e disse que não era para eu levar o menino. Insistimos. Ela disse que daria um banho nele e depois nos entregaria a criança. Nos assustamos quando vimos o machucado”. Luciene foi presa, mediante um mandado de prisão preventiva, na casa de amigos no bairro Marimbá, também em Betim. Ela foi monitorada durante dois dias, após não atender a pelo menos três intimações policiais. Ao ser detida, segundo o delegado, a ajudante de cozinha não demonstrou arrependimento. “Ela estava bebendo com os amigos e não perguntou pela criança. Na delegacia, dizia que não tinha feito isso com o filho. No entanto, as provas mostram o contrário. A versão dela não bate”.