(Frederico Haikal)
Após um ano de implementação, o programa Mais Médicos apresentou resultados positivos no acesso à atenção básica de saúde no país.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), de Pernambuco, mostrou que 86% dos entrevistados acreditam que a qualidade da assistência melhorou com a chegada dos profissionais do programa. Cerca de 95% das pessoas ouvidas em todo o país, entre junho e julho deste ano, deram notas acima de 8 para a atuação dos médicos.
Em Minas Gerais, o programa conta com 1.235 profissionais brasileiros e estrangeiros, atuando em 463 municípios e um distrito indígena.
O trabalho, iniciado em setembro do ano passado, resultou no aumento de 21% do número total de consultas nas unidades de saúde destas cidades. Os dados fazem parte de um balanço divulgado nessa quinta-feira (4) pelo Ministério da Saúde.
GRANDE BH
As dificuldades encontradas no início do contato entre estrangeiros e pacientes brasileiros parecem ter sido superadas.
Moradora de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a estudante Thaís Bárbara da Silva Lourdes, de 17 anos, consulta há sete meses com uma médica cubana, a quem não poupa elogios.
“Eu acho o atendimento muito bom. Minha mãe também consulta com ela e não temos do que reclamar. Tive dificuldade no começo, por causa da língua, mas hoje não troco a médica por outra”, afirma.
A profissional, que é disputada entre membros da família de Thaís e de outros moradores da região, já se sente praticamente em casa. A cubana Hevel Esquivel, de 35 anos, atribui sua rápida adaptação às particularidades da própria profissão. “Já temos uma experiência boa em atendimento básico no nosso país e estamos trazendo isso para cá. O principal é a prevenção e promoção da saúde, e isso pode ser feito em qualquer lugar”, explica.
NÚMEROS
Em todo o Brasil, 14.462 profissionais atuam pelo Mais Médicos que, inicialmente, previa o preenchimento de 13 mil vagas.