(CRISTIANO MACHADO – 27/10/2015)
Moradores e comerciantes do entorno da avenida Vilarinho, em Venda Nova, vão conviver com o temor de enchentes pelo menos durante o período chuvoso de 2019 e o começo da temporada de precipitações de 2020. O projeto de obras para a região, onde três pessoas morreram após temporal no mês passado, foi anunciado ontem. O investimento será de R$ 300 milhões. As intervenções, se não houver atrasos na licitação, começam em julho do ano que vem, mas devem durar 18 meses.
A solução apontada pela Prefeitura de Belo Horizonte é a construção de dois túneis para desviar a água em excesso do córrego Vilarinho para o córrego Floresta, na nascente do bairro Serra Verde, e ribeirão Isidoro, no Mantiqueira.
Segundo o prefeito Alexandre Kalil, o projeto foi feito de maneira voluntária por uma construtora da capital. As obras são complexas e um detalhamento não foi apresentando pela PBH nem pela empresa.
O ponto de encontro dos túneis, com capacidade de escoar até 160 metros cúbicos de água por segundo, será o entroncamento da Vilarinho com a avenida Doutor Álvaro Camargos, perto da estação do metrô. Lá, será criado um reservatório. A proposta inclui um viaduto a ser erguido também próximo ao córrego Floresta, mas no bairro Floramar.
Professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG, Márcio Baptista diz que um ano e meio é um período curto para a execução. “É uma ideia factível para resolver o problema. Resta saber se haverá viabilidade técnica. O que me preocupa é o prazo apresentado”.
Já para a geógrafa Carla Wstane, do projeto Manuelzão, que desenvolve estudos sobre os alagamentos na avenida, as ações apresentadas podem sobrecarregar o ribeirão Isidoro e o córrego Floresta, mudando o problema de lugar. “Pensamos em propostas como a descana-lização e a construção de áreas permeáveis”.
Questionada, a PBH respondeu que será construído um canal para amortecer o fluxo de água do córrego Vilarinho que chegará ao Floresta e ao Isidoro.
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