Mais de 75 mil crianças de Belo Horizonte correm risco de contrair sarampo, doença altamente contagiosa e que pode matar. A campanha de vacinação contra a infecção termina hoje com apenas 35% do público-alvo imunizado. Trabalhadores da saúde também precisam ser protegidos.
Em BH, 117 mil crianças de 6 meses a 4 anos foram convocadas para receber a dose, além de 136 mil profissionais que atuam em hospitais, clínicas e outras unidades de saúde. A meta era vacinar 90% dos grupos. Os imunizantes estão disponíveis em todos os centros de saúde.
Até o momento, não há casos da doença em Minas. No Brasil, notificações foram confirmadas em São Paulo e Amapá.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, lamenta a baixa cobertura vacinal. “O sarampo é uma doença que já tinha sido erradicada em nosso Estado e no nosso país e voltamos a ter essa doença em nosso território porque deixamos de lado a vacinação”.
A cobertura da vacina contra a gripe – em meio à disparada de casos de doenças respiratórias – também preocupa na capital. Considerando todos os públicos já convocados, o índice está em apenas 49,8%. Um milhão de pessoas foram chamadas: crianças, trabalhadores na saúde, gestantes, puérperas, indígenas, idosos e professores.
Em Minas, o grupo prioritário que alcançou a maior cobertura vacinal foi o dos povos indígenas, com 74,3%. Já o com menor proteção contra a Influenza é o das gestantes, com 41%.
O secretário reforçou o alerta contra a gripe, já que Minas passa por um momento sazonal de doenças respiratórias. “Poderíamos ter este público protegido”.
Vale lembrar que não há necessidade de cumprir intervalo para a aplicação das doses. Dessa forma, as duas vacinas poderão ser administradas no mesmo dia.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que, até o momento, não recebeu orientações do Ministério da Saúde sobre nova prorrogação para as campanhas, e que não foi comunicada sobre a ampliação da vacina contra a Influenza para o restante da população. A pasta federal foi procurada, mas não retornou até o fechamento desta edição.
Selo de erradicação
O Brasil perdeu o selo de erradicação de sarampo em 2019, por causa da queda na cobertura vacinal. Segundo dados do Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão, em três anos foram registrados 26 óbitos de crianças abaixo de 5 anos e mais de 1,6 mil internações por sarampo no país, número que não era alcançado desde o início dos anos 2000.