Mais de 80% da população em situação de rua de Belo Horizonte e em Betim, Contagem e Ribeirão das Neves, na região Metropolitana, se declara preta ou parda. É o que mostra uma pesquisa do projeto Polos de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (Polos-UFMG), feita em parceria com o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua.
O levantamento, que analisou a população de rua em 2021, aponta que a média da capital mineira e das três cidades da Grande BH está acima da nacional, que é de 68%.
De acordo com André Luiz Freitas Dias, coordenador do programa Polos-UFMG, a inclusão da identificação de raça/cor na pesquisa se deve a um motivo específico: "O fenômeno da população em situação de rua no Brasil é mais uma consequência ou um indicador de séculos de escravidão e do racismo estrutural no nosso país".
A pesquisa aponta que 9.147 pessoas vivem em situação de rua em BH. Ao pedir a identificação de raça/cor, 83% dos homens e mulheres se declararam pretos ou pardos. Em Betim, são 297 pessoas morando na rua e 83% delas se identificam como pretas. Em Contagem, do total de 622 sem-teto, 84% dos homens e 85% das mulheres se declararam pretos.
Já em Ribeirão das Neves, o índice de homens negros em situação de rua chega a 88%. E 70% das mulheres se identificam como negras. São 107 pessoas morando nas ruas da cidade.
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