(Carlos Roberto)
A capital vai ampliar as pistas exclusivas de ônibus. A medida é uma das exigências do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) para aceitar o reajuste de 11% nas tarifas do sistema. A partir de domingo, os usuários vão desembolsar R$ 4,50 na passagem principal. O impasse foi decidido ontem, na terceira reunião entre representantes das concessionárias e do Executivo.
A expectativa é a de que o edital para ampliar as vias seja publicado em janeiro. Entre as áreas que podem ser contempladas estão a avenida Afonso Pena (Centro) e ruas dos bairros Buritis (Oeste), Alípio de Melo e Glória (ambos na Noroeste).
Os locais serão definidos por um grupo que será estruturado pela PBH. Atualmente, a capital conta com 23km em pistas de circulação restrita aos coletivos. A meta é de ampliar em 50 quilômetros as faixas exclusivas. Outra reivindicação do SetraBH é a intensificação de guardas municipais nos veículos para coibir a violência.
Por sua vez, a prefeitura solicitou às empresas que contratem 500 cobradores em janeiro. Segundo o presidente da BHTrans, Célio Bouzada, elas também terão que comprar, no primeiro quadrimestre do ano que vem, 300 ônibus com ar-condicionado e suspensão a ar.
Porém, o gestor não garantiu a volta dos agentes de bordo aos coletivos. Em 17 de dezembro, o Hoje em Dia mostrou que os veículos circulam sem os profissionais até mesmo nos horários proibidos por lei. “Esperamos ter cobrador onde for necessário. Após 1º de fevereiro, se não cumprirem (as empresas) com o combinado, serão multadas”, afirmou Bouzada.
Já o presidente do SetraBH, Joel Paschoalin, disse que as concessionárias farão outras melhorias no sistema. Fusão das linhas que atendem bairros próximos é uma das medidas. Detalhes, no entanto, não foram informados. “Não ter aumento agora iria trazer mais prejuízos”, frisou.
Negociações
As discussões sobre a nova tarifa dos ônibus da capital começaram na sexta-feira, após a divulgação da auditoria das contas da BHTrans. A revisão apontou que o valor deveria ser de R$ 6,35. Alexandre Kalil afirmou que o preço seria “impraticável”.
Com a nova tarifa, usuários analisam alternativas. A professora Andreia Costa, de 44 anos, pretende usar mais o carro. “O valor está quase o do litro da gasolina. Também penso nos aplicativos de transporte, pois em algumas situações vai ficar mais barato que o ônibus”.
Esse também é o plano do vigia Reginaldo Macedo, de 43. “No fim de semana vai ficar muito caro sair com minha esposa e as três filhas”.
O movimento Tarifa Zero analisa entrar na Justiça contra a nova tarifa. O grupo vai se reunir amanhã para definir as estratégias, mas antecipa que fará manifestações pela metrópole.