(Reprodução/Facebook)
Mais três policiais suspeitos de envolvimento em crimes de homicídio em Ipatinga e outras cidades do Vale do Aço foram presos na tarde de quinta-feira, elevando para seis os detidos em uma semana pela força-tarefa que está na região. São dois policiais civis e um soldado da Polícia Militar apontado como sendo o responsável pelos "crimes da moto verde" - uma série de homicídios praticados em Ipatinga entre os anos de 2007 e 2008.
Apesar de responder a quatro processos e já ter sido classificado como um indivíduo de alta periculosidade, o militar foi transferido para Lavras em 2009, cidade onde foi detido, no final do expediente. Os outros dois se apresentaram ao delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Belo Horizonte.
Os policiais civis estão presos na casa de custódia da Policia Civil, no Horto, onde cumprirão o mandado de caráter provisório, destinado a investigação de suspeitos. O soldado em um batalhão da capital. Como na prisão dos três primeiros, a assessoria de Comunicação da Polícia Civil não divulgou nomes dos suspeitos. Os detidos podem estar envolvidos tanto nos assassinatos dos jornalistas quanto nos outros casos investigados em Ipatinga e na região.
Também preferiu não comentar a soltura do médico legista preso na sexta-feira (19), por força de um habeas corpus. No início da tarde de ontem o governador Antônio Anastasia esteve em Ipatinga, onde reuniu-se com familiares dos jornalistas assassinados e membros do Comitê. O governador prometeu a Lourdes Beatriz de Oliveira, viúva do repórter Rodrigo Neto, 38 anos, assassinado dia 8 de março e Walglene Carvalho, irmã do fotógrafo Walgney Assis Carvalho, de 43 anos, executado dia 14 deste mês, empenho pessoal para a identificação e prisão dos culpados.
“Foi uma conversa reservada, de natureza pessoal”, limitou-se o governador, sem revelar o teor do encontro que a imprensa não pode acompanhar. O governador classificou a situação como intolerável e disse que tem em mãos um dossiê entregue pelo Sindicato dos Jornalistas onde a categoria relata crimes ocorridos há pelo menos 20 anos na região do Vale do Aço e não apurados pela polícia.
“Tenho cobrado rápida apuração e medidas para erradicar o problema da impunidade nesta região”, disse o governador, que diz não ver necessidade, mas também problemas numa possível participação da Polícia Federal nas investigações.