GOVERNADOR VALADARES – Construída em 1948 para fabricar açúcar e álcool, a antiga Açucareira de Governador Valadares está prestes a produzir cultura. O prédio, tombado pelo patrimônio histórico municipal em 2001, está em reformas para abrigar um espaço multiuso. A primeira fase da obra, dividida em três etapas, foi concluída. A previsão é a de que a revitalização total do monumento seja entregue em nove meses.
Na primeira etapa, foi refeita a fundação do prédio, com cravação de trilhos e cimento. O próximo passo é a colocação das cintas de fundação. Só depois disso, será reformada a alvenaria. A previsão de gastos para essa primeira etapa é de R$ 3 milhões, oriundos do Ministério do Turismo e contrapartida do município.
Segundo o secretário municipal de Obras, Edmilson Soares, a reforma está sendo tocada desde meados de 2012, mas só agora começa a ganhar visibilidade.
Túneis
A descoberta de túneis durante a fundação exigiu mudanças no projeto e provocaram atrasos, justifica o secretário. Na planta original, há referência de apenas uma passagem, mas, durante as obras, outras seis foram descobertos. “Deram muito trabalho e despesas. O prédio é um importante patrimônio histórico e cultural da cidade. Essa obra tem que ser tocada com muito cuidado”, justifica.
Além de um centro de convenções, o projeto prevê a construção de um hall com galeria de exposições, área para eventos e feiras, dois auditórios, um restaurante, área administrativa e estacionamento. As duas próximas etapas ainda serão licitadas, e os valores não foram divulgados.
O produtor cultural Alexandre Publio aguarda com ansiedade a conclusão. Segundo ele, além da capacidade para cerca de 12 mil pessoas, a Açucareira tem uma identidade cultural, é um ponto de referência que dispensa marketing. “Não temos que explicar nas peças publicitárias o local do evento e isso barateia os custos. É um local bacana, bonito e que valoriza qualquer atividade”.
Atrativo
Outra vantagem é ser um espaço público, o que, na opinião do produtor, fará surgir novos grupos culturais. Os existentes ganharão fôlego novo e projeção, assegura. A fotógrafa Aline Estevam, especializada em álbuns de casamento, também comemora a revitalização da antiga fábrica de açúcar. Segundo ela, de cada dez casais, cinco pedem para ser fotografados nas ruínas. “O lugar é rústico, lindo. Suas características devem ser preservadas. Afinal, é uma marca da cidade.