Mais uma tela de Athaíde no Museu da Inconfidência

Renata Galdino - Hoje em Dia
11/08/2014 às 07:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:44
 (Ricardo Bastos)

(Ricardo Bastos)

O acervo do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, na região Central do Estado, ficou mais rico. Nesse domingo (10), a tela em óleo ‘Nossa Senhora da Soledade’, do pintor Manoel da Costa Athaíde – o Mestre Athaíde, um dos mais importantes artistas do Barroco Mineiro –, foi incorporada à coleção do espaço, após anos de negociações com a família proprietária da obra. A peça soma-se a outras cinco do artista que já estavam expostas no local. A tela precisou ser restaurada no primeiro semestre de 2014, depois que foi adquirida no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Foram quatro meses de trabalhos, considerados difíceis pelo casal de restauradores Aldo Araújo e Eva Zaldivar. “O estado de conservação era bastante ruim, mas conseguimos manter a originalidade da obra”, contou Aldo.   “Gostei muito do resultado. Valeu a pena visitar Ouro Preto hoje (domingo) e ser uma das primeiras pessoas a ver a tela”, disse a servidora pública federal Dina Mara de Oliveira Ramalho, de 34 anos. De Natal (RN), ela aproveitou as férias para conhecer as cidades históricas mineiras. Além da antiga Vila Rica, ela esteve em Congonhas e em Tiradentes. “Só conhecia o trabalho dele pela internet e fiquei surpresa ao ver pessoalmente”, comentou.   Da segunda metade do século XVIII, a pintura religiosa marca o estilo de transição das artes Barroca e Rococó. Acredita-se que o quadro tenha sido pintado por Mestre Athaíde em Mariana, na Fazenda Gualaxo, de propriedade do historiador Salomão de Vasconcellos, e passou a ornamentar a casa-sede quando a capela foi destruída, na década de 1950.   Herdada por sua neta, Sylvia de Vasconcellos, a intenção era de que a tela fosse exposta, após passar anos em casas da família no Rio de Janeiro e na capital mineira. “Um desejo do meu pai (o arquiteto Sylvio de Vasconcellos, ex-professor da UFMG, morto no exílio em 1979). É plena a minha satisfação ver o sonho realizado”, comentou Sylvia.   “É uma peça excepcional, de longa tradição marianense que veio honrar e engrandecer uma casa de profunda radicação ouro-pretana”, avaliou o diretor do museu, Rui Mourão.

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