O confronto entre a Polícia Militar e manifestantes durante os protestos que ocorrem em Minas desde o sábado (15) foram parar na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Os parlamentares receberam, nesta quarta-feira (19), um grupo que denuncia a violência por parte da PM.
O advogado das Brigadas Populares, Joviano Maia, questionou o uso da Força Nacional e criticou a ação dos polciais no protesto realizado na Avenida Antônio Carlos na última segunda-feira (17), quando cinco manifestantes ficaram feridos e outros cinco foram detidos.
“A Polícia Militar cercou os manifestantes de forma completamente despreparada, jogando bombas. Uma situação equivocada e desnecessária que deve ser repudiada”, reclamou o advogado.
Além dos problemas no confronto, os parlamentares também questionaram uma liminar obtida pelo Governo de Minas, proibindo manifestações no estado durante a Copa das Confederações, sob possibilidade de multa de R$ 500 mil por dia no caso de descumprimento da decisão judicial.
De acordo com o deputado Rogério Correia (PT), é necessário que haja diálogo para evitar novos contratempos. "Enquanto continuar a proibição dos manifestos e a solicitação de mais força de retenção, isso vai continuar”, pontuou.
Polícia disfarçada
Durante a reunião, a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MG) e do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, denunciou que alguns policiais estão infiltrados nos protestos, se passando por manifestantes.
Os representantes dos movimentos populares ainda apontaram a omissão de socorro por parte dos PMs, ao serem avisados sobre a queda de um estudante do viaduto da Avenida Abraão Caram, na Pampulha, durante a manifestação de segunda-feira. Além disso, eles afirmaram que alguns policiais estão atuando disfarçadamente dentro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ao fim da audiência, A Comissão de Direitos Humanos decidiu que irá se reunir novamente nesta quinta-feira (20), às 11 horas, para aprovar os requerimentos do encontro e averiguar as informações apresentadas pelos manifestantes.
Investigações
Todas as denúncias contra a ação de policiais militares durante as manifestações que, praticamente, pararam Belo Horizonte na segunda-feira (17) serão investigadas pela Corregedoria da Polícia Militar. O prazo estipulado para que o resultado saia é de 30 dias.
(*Com informações da ALMG)