Manifestantes exigem explicações sobre armas usadas durante confronto em BH

Hoje em Dia
23/06/2013 às 19:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:24

Um grupo de manifestantes que participou do protesto que terminou em confronto com a polícia, no último sábado (22), em Belo Horizonte, já sinalizou que vai exigir explicações sobre as armas usadas pelos policiais. Ainda nesta semana, eles pretendem fazer uma denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Conforme o estudante Luca Palmesi, de 25 anos, além das balas de borrachas, granadas e bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio, os policiais utilizaram também projéteis que não são de borracha. Todo o arsenal foi guardado pelo mestrando em História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e será levado para o MP.   Outra denúncia feita pelo grupo é que algumas bombas estavam vencidas e outras com a data de validade raspadas. "As bombas vencidas podem ser letais. Elas foram usadas em um confronto que era pacífico. Juridicamente, vamos ver o que pode ser feito", disse.   Tática de guerra   Durante entrevista coletiva realizada neste domingo (23), o comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Márcio Sant’Ana disse que a polícia revidou após ser atacada por alguns vândalos que se infiltraram no meio dos 100 mil manifestantes. “Os militares ficaram por, aproximadamente, 40 minutos sofrendo as agressões dos vândalos sem esboçar reação. Sua intenção era que os manifestantes não rompessem a linha de contenção”.   Ele explicou que a corporação fez uso de escudos, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral e balas de borracha, além da cavalaria e do veículo blindado, que foi colocado nas ruas pela primeira fez, para conter atos de vandalismo e os artefatos lançados pelos baderneiros. Conforme o comandante, foram arremessados nos policiais bombas artesanais, pedras, bolas de gude e atiradeiras foram alguns dos objetos atirados contra os agentes de segurança. “A PM não recuou, nem avançou. A PM reagiu e não permitiu a invasão do perímetro (determinado pela Fifa)”, explicou o comandante.   Mas Palmesi tem versão contrária dos fatos. Para ele, os policiais usaram "tática de guerra" para fragmentar os grupos e enfraquecer o movimento. "A polícia tem tecnologia e treinamento. Eles definem o nível de violência. A intenção é criminalizar os manifestantes. Somos um movimento e eles são violência organizadas", disse.    Na opinião do estudante, alguns populares podem ter agredido os policiais por pânico. "Um grupo começou a jogar pedras por raiva, porque pessoas caíram do viaduto", acredita.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por