Após serem barrados na altura do bairro Aparecida, milhares de jovens conseguiram furar o bloqueio feito pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar e seguem pela avenida Antônio Carlos até o estádio do Mineirão, onde acontece a partida entre Taiti e Nigéria pela Copa das Confederações. Os manifestantes, que lutam pela redução das passagens de ônibus em conjunto com todo o Brasil, foram barrados depois que resolveram fechar completamente a avenida Antônio Carlos. Inicialmente, a passeata acontecia apenas na pista sentido Centro/Bairro. No momento em que foram barrados, houve apreensão acerca de possíveis confrontos entre policiais e manifestantes, mas a multidão começou a gritar contra o uso de violência. Após alguns minutos de negociação, a passeata seguiu pela avenida e deve chegar ao estádio. Segundo os organizadores do protesto, aproximadamente 40 mil pessoas participam da manifestação. Já a Polícia Militar (PM) ainda não sabe informar quantos jovens ocupam as ruas de Belo Horizonte na tarde desta segunda-feira (17) e afirmou que o protesto é pacífico. Se conseguirem chegar até às proximidades do Mineirão, os manifestantes irão se encontrar com professores e policiais civis em greve, que também realizam um ato em frente à Igreja São Francisco de Assis, na orla da lagoa da Pampulha. Reflexos Devido ao fechamento completo da avenida Antônio Carlos, que é uma das principais vias de Belo Horizonte, o trânsito está praticamente parado em vários pontos da capital mineira. A maior lentidão é registrada nos arredores da própria avenida e o indicado por agentes da BHTrans, que operam o tráfego na região, é passar pelo Anel Rodoviário. Porém, o fluxo de veículos na rodovia, na altura do Viaduto São Francisco, também já foi afetado. Além disso, o trânsito está retido no Viaduto A do Complexo da Lagoinha. Liminar Os protestos ganharam força após uma liminar da Justiça que proíbe a realização de manifestações durante os jogos da Copa das Confederações em Minas Gerais. Nesta segunda-feira (17), a decisão foi mantida pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Antônio Sérvulo, que não aceitou o recurso movido pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). Em sua decisão, o magistrado ressaltou o direito de greve e de livre manifestação da população, mas afirmou que estas manifestações prejudicam o trânsito na capital. "É notório que na Capital vem sendo realizadas diversas manifestações, de todo gênero, quer seja de movimentos paredistas, quer seja de sem terras ou de outras associações, o que resulta em verdadeiro caos no trânsito e dificuldade de locomoção de pessoas", argumentou.