Máquinas maravilhosas: colecionadores de BH ostentam acervo de computadores e jogos de pinball

Patrícia Santos Dumont - Hoje em Dia
01/12/2013 às 08:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:29
 (Luiz Costa/Hoje em Dia)

(Luiz Costa/Hoje em Dia)

Não fosse um detalhe em comum, Rubens Almeida Júnior, de 40 anos, e Emmerson Maurílio, de 41, seriam apenas dois cidadãos belo-horizontinos com idades próximas. O que nem eles sabem, já que sequer se conhecem, é que alimentam uma mesma paixão: são colecionadores.
 
Rubens tem o que acredita ser, senão a única, a mais completa coleção de pinball de Belo Horizonte. Já Emmerson, que não esconde a fixação por tecnologia, ostenta um acervo com nada menos que 137 tipos de computadores.
Na nova casa do servidor público Rubens, na região Nordeste da capital, por enquanto apenas 14 das 22 máquinas de pinball estão acomodadas. Aos poucos, o acervo, constituído ao longo de quase 15 anos, vai ganhando mais espaço.
 
De diversão a paixão
 
Para Rubens, a coleção funciona como recordação da infância.[TEXTO] “Meu primeiro contato com o jogo, quando ainda era criança, aos 7 anos, foi numa época em que não havia nada de eletrônico, nada que chamasse tanta atenção. Me apaixonei e, hoje, manter o acervo é manter viva uma lembrança antiga”, conta.
Para quem não conhece, o pinball é um jogo eletromecânico em que o jogador manipula duas ou mais “palhetas” de modo a evitar que uma ou mais bolas de metal caiam no espaço da parte inferior da área de jogo. No entanto, a diversão, sensação na década de 1970, vai além de um simples jogo infantil [TEXTO]para os aficionados pela arte de colecionar.
 
“Há máquinas e máquinas. As minhas, por exemplo, são para colecionadores. A grande diferença é que, para além de uma atração visual, elas contam uma história, fascinam pelo que remetem”, explica Rubens.
 
Preciosas
 
No acervo dele há mais do que um simples cenário multicolorido formado pelas imensas e complexas máquinas. Entre as queridinhas estão as inspiradas nos filmes Star Trek, Apollo 13 e Twister. Com preços bastante salgados, as relíquias, preciosas, chegam a custar até R$ 22 mil cada uma. Juntas, as duas dezenas de máquinas do colecionador belo-horizontino devem chegar, estima ele, aos R$ 200 mil.
 
E não para por aí. Quem pensa que o hobby se restringe a manter juntas e bem conservadas as peças, se engana. Há no Brasil e pelo mundo campeonatos dedicados aos entusiastas dessa geringonça colorida e divertida.
 
Em Chicago, nos Estados Unidos, é realizada, uma vez por ano, uma grande exposição de pinball, a Pinball Expo. No evento, são apresentados lançamentos e é dada aos colecionadores a oportunidade de se conhecerem e ampliarem o acervo[TEXTO].
“Cheguei em uma fase que já tenho praticamente todas as máquinas que um dia desejei, mas a gente não para de buscar novidades, de interagir com os que também gostam e de conhecer o novo”, comenta Rubens.
 
Há 30 anos jornalista cultiva hobby de juntar computadores
 
Na vida de Emmerson Maurílio, não bastam um computador no trabalho e outro no escritório de casa. Há quase 30 anos, o jornalista se dedica a um hobby incomum, mas no mínimo interessante.
 
Com um amigo, o empresário Alexandre Neves, ele mantém um conjunto, entre máquinas antigas e modernas, de 137 computadores.
O acervo fica em um sítio em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
 
Magia
 
O gosto pela coleção é uma lembrança importante do que o jornalista viveu na infância.
 
“Naquela época, tudo que se relacionava à informática era diferente, era uma coisa mágica. Hoje, a coleção é como se fosse uma parte disso tudo que ficou guardada”, diz.
 
A primeira peça da coleção é nada menos do que o primeiro “exemplar”, um presente que ganhou aos 11 anos
 
Raridades
 
No acervo, mantido bem conservado, praticamente impecável, há peças raríssimas como equipamentos fabricados na Rússia.
 
Difícil de imaginar, mas há computadores como o modelo ZX80, da década de 1980, uma verdadeira inovação para a época, mantido como os originais de loja, totalmente completo: com caixa, cabos e até os manuais.
 
E o acervo nunca para de crescer. Emmerson mantém as pesquisas e o gosto pela tecnologia e informática. Livros, revistas, novidades e novas máquinas podem surgir a qualquer momento.
 

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