Portal Acesso Único reúne informações dos três programas (Maurício Vieira)
Muito mais que um teste, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a porta de entrada para a construção de carreiras. De olho na realização desses sonhos, quase 300 mil mineiros colocam à prova o aprendizado adquirido nos últimos meses – em alguns casos, anos – a partir desse domingo, quando começa a maratona de questões.
Por meio do Enem é possível concorrer a vagas de graduação em mais de cem universidades públicas participantes do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Há ainda chances de bolsas em faculdades privadas pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) ou de contar com uma ajuda para pagar as mensalidades pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Para muitos alunos, os programas são as únicas formas de ingresso no ensino superior. Ana Maria Sousa Celestino, de 20 anos, sonha em ser arquiteta. Aos 18, em meio aos desafios do ensino a distância devido à Covid, concluiu o ensino médio na Escola Estadual Santos Dumont, em Venda Nova, em BH.
“Sempre gostei (de arquitetura). Acho que desde que estava na escola integrada, com 8 anos, e participava de várias atividades que estimulam a criação. Mas não conseguiria pagar uma faculdade particular”, afirma Ana Maria.
Para se preparar melhor para o Enem, a jovem ingressou no curso gratuito Equalizar, oferecido pela UFMG, destinado a estudantes da rede pública. Exemplo seguido também por Jeniffer Evelin Marques, de 19, que afirma que, sem o curso, não teria se preparado tão bem para tentar cursar medicina veterinária.
“Fiquei sabendo do curso pelas redes sociais, no fim do ano passado. Foi de grande ajuda, me inscrevi e entrei com o propósito de ingressar na faculdade. Graças ao curso estou persistindo meu sonho, mas sei que não é fácil”, pontua.
Esforço pós-pandemia
Para recuperar o conteúdo perdido durante a pandemia, as jovens se submeteram a jornadas de até dez horas de estudos diários, se revezando entre trabalho e curso preparatório.
Mesma rotina de Gabrielle Lial Costa, de 18 anos, que sonha em cursar odontologia. “Estudei em escola pública e a pandemia foi um grande prejuízo. Desde meus 14 anos sempre pensei nisso (faculdade), desisti várias vezes por causa da dificuldade. Esse ano, com o incentivo da minha mãe, estudei quase 10 horas por dia para realizar meu sonho”, disse.
“Sem desistir”
Entre os mineiros que participarão do exame, quase 150 mil já concluíram o ensino médio. Caso de Lucas Mendes, de 24, que vai tentar o Enem pela sexta vez.
“Fiz a prova como forma de treinamento em alguns anos do ensino médio, mas, hoje, o intuito é unicamente ingressar no curso de Geologia. A principal dificuldade é conciliar o tempo de estudo com outros cursos e trabalhos”, afirma.
Caso semelhante acontece com Maria Clara de Castro, de 18, que também pretende cursar arquitetura e fará o exame pela terceira vez. “Arquitetura sempre foi algo com que me identifiquei e hoje me sinto mais preparada porque estudei, mas a pressão aumenta por você ter estudado”, pontua.
Para ela, o segredo é não desistir. “Espero passar e quero ficar feliz com o que estou escolhendo hoje. Morro de medo de desencantar e ver que é algo diferente, mas é um medo que todos têm. No fim, o segredo é não desistir. Se não der esse ano, ano que vem vou tentar de novo”, conta.
Neste primeiro dia, além da redação, são aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias e ciências humanas e suas tecnologias. No segundo dia, realizado no próximo domingo, 20, é a vez dos testes de matemática e ciências da natureza.
Veja os horários de aplicação no 1° dia de provas: