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As buscas aos cinco mineiros desaparecidos do naufrágio da escuna Minas Gerais, em Angra dos Reis (RJ) receberam no fim da tarde deste domingo (29) um reforço. A Marinha incluiu o navio-patrulha Gurupá nas operações de localização. Agora, quatro embarcações estão envolvidas na busca, que já contava com três embarcações da Delegacia da Capitania dos Portos em Angra dos Reis. Bombeiros do quartel de Angra dos Reis também participam da operação. Os desaparecidos são pescadores da cidade de Arantina, na Zona da Mata, que estavam na embarcação que naufragou na noite de sábado (28), na baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis, litoral sul do Rio de Janeiro. Entre eles, o vice-prefeito da cidade, José Geraldo da Silva, de 48 anos. Dos 13 ocupantes do barco, 11 são amigos que viajavam juntos e dois tripulantes. Um dos oito sobreviventes do acidente, o advogado Erlei Eros Misael, de 42 anos, contou que o grupo de 47 amigos saiu na manhã de sábado das cidades de Arantina e Bom Jardim para o que seria mais um fim de semana de pesca em alto-mar. À tarde, embarcaram nas traineiras no cais do Camorim e navegaram por cerca de três horas até o ponto próximo à Ilha dos Meros. Como não conseguiram pescar nada ali, resolveram mudar de local. Ao fazer a manobra, o barco virou e afundou. “O barco estava navegando normalmente quando foi fazer uma pequena curva à direita e tombou. Alguns conseguiram abrigo numa ilha próximo ao local do naufrágio, outros ficaram à deriva até serem resgatados por outra embarcação. Neste momento, cinco não foram mais vistos”, disse Erlei. Todos os pescadores estavam com coletes salva-vidas. Eles foram resgatados pela embarcação Garamar, de pescadores da praia de Provetá, e pelas traineiras que faziam parte do grupo de Arantina. A Defesa Civil foi acionada pelo sistema de rádio de uma das embarcações e avisou o Corpo de Bombeiros e a Capitania dos Portos. Três embarcações da Marinha e uma dos Bombeiros do Rio faziam buscas pelos cinco desaparecidos na manhã deste domingo. Mas, no início da tarde, os trabalhos foram interrompidos por causa do vento forte. As ondas no local chegaram a dois metros de altura. De acordo com o sargento Miranda, do Corpo de Bombeiros, a decisão sobre a retomada das buscas caberá à Marinha, que informou que as ações seriam reiniciadas ainda na noite de hoje. Espera por notícias A interrupção das buscas deixou ainda mais apreensivos os moradores de Arantina, que aguardam notícias dos desaparecidos. O vice-prefeito José Geraldo foi vereador por três mandatos e presidiu a Câmara dos Vereadores. Ele é casado e tem dois filhos. O prefeito da cidade, Francisco Carlos Ferreira Alves (DEM), foi avisado na madrugada de ontem sobre o acidente. "Foi um choque muito grande para todos nós. É uma cidade muito pequena, todos se conhecem. esse grupo está acostumado a fazer pescaria em Angra, eles vão a cada dois meses. Nunca aconteceu algo assim". Arantina tem 2.800 habitantes e fica a 360 km de Belo Horizonte. Local perigoso O naufrágio ocorreu nas proximidades da Ilha dos Meros, que fica perto da Praia de Provetá, na Ilha Grande, quase na saída para o mar aberto. A Ilha dos Meros é um ponto de mergulho famoso no entorno da Ilha Grande. Também é comum o aluguel de embarcações para a prática de pesca noturna. Mas costuma ser uma região de mar revolto e o mau tempo pode ter contribuído para o acidente, acredita o presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis, Klauber Valente. “Já é um lugar em que o mestre da embarcação tem que ter muito cuidado. O barco acabou virando”, disse. O sargento Miranda, do Corpo de Bombeiros, ressaltou que, embora muito procurado, o local é tido como perigoso. A Marinha informou que um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação, cujo prazo de conclusão é de 90 dias, será instaurado para apurar “as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo ocorrido”. A embarcação Minas Gerais foi uma das quatro alugadas pelos 47 turistas mineiros. *Com Agência Estado