(Leo Fontes/Pixabay)
As medidas sanitárias adotadas contra a Covid-19 ajudaram a barrar o sarampo em Belo Horizonte. O uso de máscara e o distanciamento social – com escolas fechadas – contribuiram para que nenhum caso da doença, também transmitida por via respiratória, fosse registrado até agosto deste ano na capital. Apesar disso, ainda existe uma preocupação com a vacinação contra a enfermidade, altamente contagiosa e que pode matar.
Os impactos começaram a ser percebidos em 2020, quando a metrópole teve apenas oito diagnósticos, sendo todos no primeiro semestre. Em 2019, antes da pandemia, foram 55 notificações. A queda também foi percebida em Minas, que não teve outras confirmações nos primeiros oito meses de 2021.
Mais males
As medidas de controle ajudaram não só no sarampo, mas na contenção de outras doenças. Médica da família, a residente do Hospital Municipal Odilon Behrens Gabriela Marques aponta que observou uma “redução geral de doenças agudas da infância, porque grande parte é infectocontagiosa”.
O infectologista Unaí Tupinambás, do Comitê de Combate à Covid-19 em BH, reforça que os protocolos sanitários foram decisivos, mas chama a atenção de algumas famílias que deixaram de fazer consultas de rotina. Ainda assim, o médico não descarta a importância da vacinação como a principal medida de contenção do sarampo. “O isolamento social para controlar o sarampo até fazia sentido há algumas décadas, talvez nos anos 40. Mas o melhor é tomar vacina”, ressalta.
Vacinação
E é justamente a imunização uma das principais preocupações. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) informou que o isolamento social atrasou o esquema vacinal em menores de 1 ano, os mais vulneráveis à doença. Diante disso, a pasta reforça a importância de manter o cartão de vacinas atualizado e procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.
Além disso:
Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) – ligada ao Ministério da Saúde – confirmam que o Brasil recebeu em 2016 a certificação de eliminação do vírus do sarampo, fornecido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), tendo os registros de últimos casos somente no ano anterior. Entretanto, a doença retornou ao país em 2018 e, com a circulação do vírus, o Brasil perdeu o certificado de “país livre de sarampo”, no ano seguinte.
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