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Belo Horizonte entrou nesta quarta-feira (24) no 18º dia de restrições para conter a disseminação do coronavírus. Porém, segundo o infectologista do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da prefeitura, Unaí Tupinambás, o cálculo utilizado anteriormente para a duração das medidas não se aplica neste momento.
“Já estamos no final do período de mais uma onda contaminação, mas apenas um dos indicadores de monitoramento, o número médio de transmissão por infectado (RT), caiu. Os índices de ocupação dos leitos de UTI Covid e de enfermaria para a doença continuam altos”, disse. Por isso, o médico defende um lockdown generalizado na capital.
Uma explicação, de acordo com Unaí Tupinambás, seria a gravidade da nova variante que circula pelo Estado. Ainda não se sabe muito sobre as novas cepas e como elas atuam no organismo. Para o infectologista, uma das diferenças pode ser realmente o aumento do tempo do vírus no corpo humano, que pode ser de 21 dias e não de 14, como o vírus original da China.
“Manaus ficou 86 dias com 100% de ocupação dos leitos. Imagine três meses nessa situação aqui em BH? Isso deixa uma cicatriz inimaginável na sociedade”, analisa o infectologista em relação ao colapso das redes de saúde pública e particular, que já é uma realidade na capital mineira.
Para Unaí Tupinambás, o país vive em um cenário de terror. “Em uma guerra é difícil perder mil homens, estamos perdendo 3 mil a 4 mil homens por dia (para a Covid)”. Ele acredita que só a vacinação pode conter o avanço do vírus, junto com as medidas restritivas e os protocolos de segurança, como o uso de máscaras, o uso de álcool em gel, lavar as mãos frequentemente, e, acima de tudo, o isolamento social.
Segundo o infectologista, apesar da morosidade da vacinação, já é perceptível uma redução no número de óbitos e de internação de pessoas acima dos 80 anos, população que já foi vacinada. O perfil dos infectados, agora, são os jovens adultos.
Acompanhe a entrevista na íntegra.