(Luiz Costa)
A incivilidade, o desrespeito às leis, falhas na fiscalização e impunidade são combustíveis para a desordem no trânsito. Muito mais que isso, servem como exemplo, são o que fica quando o assunto é a formação de futuros motoristas e pedestres.
Pais que param em fila dupla, usam o celular ao volante, ultrapassam a velocidade permitida ou ignoram o uso obrigatório do cinto de segurança são responsáveis por filhos que, na fase adulta, serão também indiferentes às condutas legais.
Entre as infrações mais comuns está o desrespeito ao sinal vermelho. Em Belo Horizonte, a cada dia, uma média de 179 motoristas são multados por ignorar a ordem de parar no sinal – 32.302 só nos primeiros seis meses do ano. Muitas vezes tendo os filhos como testemunhas no banco de trás, esses maus motoristas acabam tornando inócuas campanhas de educação no trânsito.
EXEMPLO
“Os pais são exemplos e exemplos se arrastam. Ou seja, o filho vai fazer exatamente aquilo que o pai demonstra e não o que fala. Então, a partir do momento em que pai e mãe dirigem adequadamente, colocam o bebê na cadeirinha e evitam buzinar, por exemplo, já estão preparando o filho para, no futuro, fazer a mesma coisa”, afirma a psicóloga e psicopedagoga Patrícia Alvarenga.
Para a formação dos futuros motoristas a escola também tem papel importante. Pedagoga e professora do Uni-BH, Maria da Conceição Passos Silva alerta para as práticas difundidas em sala de aula, responsáveis por formar cidadãos mais educados e conscientes.
“A educação no trânsito é um tema transversal, que atinge o currículo escolar em várias disciplinas. Se a sociedade espera cidadãos mais respeitosos, deve tratar o tema desde a primeira infância”, observou.
No Colégio Magnum Cidade Nova, durante dois meses do ano, estudantes de 8 a 9 anos são ensinados, em sala de aula, a se comportar e a respeitar normas de trânsito.
“As aulas são leves em função da idade, mas procuramos dar os ensinamentos corretos para contribuir com o papel de formar motoristas mais educados”, explicou a professora Claudete Coradi.
CONTRAMÃO
Na casa de Juliana, de 8 anos, a história é diferente e a preocupação, uma só. O pai dela, o empresário Gustavo Henrique Bok, de 35 anos, tenta, ao volante, não apenas agir conforme a lei, mas ensinar condutas corretas.
“Procuro não só fazer como também explicar o que é certo e errado. Na minha opinião, o filho observa e repete muito mais o que a gente faz do que o que a gente prega”, disse.
No carro do empresário, banco de criança é na parte de trás, cinto de segurança é obrigatório e as leis fielmente seguidas. “Se a gente faz nossa parte e ensina, fica mais fácil”, reforça.
Iniciativas gratuitas desenvolvidas pela BHTrans para crianças e adolescentes:
Circo Transitando Legal: No espaço, montado dentro da BHTrans, no bairro Buritis, crianças e adolescentes têm a possibilidade de vivenciar o dia a dia no trânsito por meio de palestras, brincadeiras e espetáculos teatrais
Caravana Transitando Legal: Nos mesmos moldes do circo, o “evento”, itinerante, vai até escolas e comunidades. O público-alvo são crianças de 12 e 13 anos
O Jovem e a Mobilidade: Agentes da BHTrans visitam escolas públicas e particulares para conhecer os hábitos dos estudantes do 2º ano do ensino médio no que diz respeito à mobilidade urbana e trânsito. Eles são orientados sobre boas condutas, direitos
e obrigações
Mais informações pelo (31) 3379-5611