Médicos cruzam os braços por 24 horas e pretendem parar 147 centros de saúde de BH

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
24/06/2015 às 11:15.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:37

Nem a Secretaria Municipal de Saúde e nem o sindicato da categoria têm, até o momento, um balanço inicial da paralisação por 24 horas dos médicos da rede pública de Belo Horizonte e sobre o impacto da greve no atendimento à população. O sindicato dos Médicos de Minas Gerais informou que somente no começo da tarde terá um balanço inicial da greve.   Segundo a entidade, a orientação é de que todos os 147 centros de saúde sejam paralisados, porque não fazem atendimentos de urgência e emergência. "Apenas o Hospital Odilon Behrens e as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) devem manter uma escala mínima, para os casos agudos", informou a assessoria da entidade.
  A Secretaria Municipal de Saúde prometeu um balanço sobre a greve no final da tarde de hoje. Na Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação (SMPL), responsável pela negociação com a categoria, a informação da assessoria é a de que não tem um retorno do titular da pasta, Thiago Grego, sobre as reindicações dos médicos da Prefeitura de Belo Horizonte.
  Ainda sem uma proposta satisfatória em relação às reivindicações dos médicos, à pauta enviada aos gestores e diante da perspectiva de reajuste zero este ano, os médicos da PBH decidiram paralisar os atendimentos por 24 horas, desde as 7h da manhã desta quarta-feira até as 7h da manhã do dia 25. Somente as urgências e emergências serão atendidas.   Uma nova assembleia foi marcada para as 14 horas desta quarta-feira, no Sinmed-MG (Avenida do Contorno 4.999 - bairro Serra), que representa a categoria.
Esta é a segunda paralisação e é exclusiva da categoria, abrangendo todos os médicos; efetivos e contratados; que trabalham na rede pública de saúde. A decisão de paralisar foi tomada durante assembleia geral, dia 9 de junho, no Sindicato dos Médicos, e na qual o clima era de completa insatisfação.   Os médicos mostram-se insatisfeitos com a falta de estrutura na rede de atendimento, com a proposta de mudança no Plano de Carreira, Cargos e Salários da categoria e além disso, com a negativa de retorno em relação às reivindicações.   Outros problemas relatados pelos profissionais: faltam médicos nas equipes; unidades de saúde sem segurança, deixando médicos e outros profissionais temerosos com os constantes episódios de violência; faltam medicamentos e materiais (médicos citam que não tem papel toalha para lavar as mãos, e material para forrar as macas); unidades de urgências sempre lotadas, com poucos profissionais para atender a elevada demanda.   A diretoria do Sinmed-MG destaca ter feito reuniões frequentes com os gestores públicos, na tentativa de negociar as reivindicações, mas sem grandes avanços.     1 – Recomposição do salário-base de modo que o salário do médico 40 horas, nível 1, corresponda ao salário pago aos profissionais do Programa Mais Médicos, ou seja, R$ 10.513,01, mantendo a proporcionalidade para as outras cargas horárias. 2 – Isonomia dos vencimentos dos médicos contratados com o médico nível 1 da carreira da PBH. E no caso da excepcionalidade do RPA que ele seja pago tão logo o serviço seja prestado. 3 – Recomposição dos abonos, inclusive do adicional de insalubridade e também do plantão extra jornada, conforme os índices inflacionários do período. 4 – Paridade na aposentadoria da parcela correspondente a extensão de jornada com a do cargo do profissional, garantindo que está não fique congelada após a concessão do benefício. 5 – Manutenção do PEP Médico com a continuidade do contrato de trabalho, mesmo que o Estado não renove o financiamento do programa.  
1 – Retomada imediata das discussões sobre o Plano de Carreira dos Médicos, com fixação de data para o término das discussões. 2 – Redimensionamento das áreas adscritas às ESF com população máxima de 2 mil pessoas por equipe, conforme portaria 2355 do Ministério da Saúde. 3 – Implantação da reclassificação de risco das unidades de saúde, conforme discutido na comissão montada para tal fim. 4 – Continuidade das negociações setoriais, com vistas à discussão de temas de áreas especificas, tais como Atenção Básica, Urgência, HOB, entre outros. 5 – Modernização do parque tecnológico da saúde, incluindo impressoras e computadores. 6 – Regularização imediata dos cursos à distância para progressão no Plano de Carreira. 7– Manutenção da auto-avaliação e da avaliação dos pares na Avaliação de Desempenho, inclusive no estágio probatório. 8 – Criação do cargo de Diretor Clínico da Atenção Básica em cada regional de BH. 9 – Garantia de equipes completas de serviço. 10– Chamada imediata dos médicos concursados tão logo o concurso seja homologado. 11 – Processo seletivo transparente e amplo para escolha de gerentes das unidades de saúde.  

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