Megaoperação na PPL desarticula quadrilha chefiada por preso

Dezesseis pessoas foram presas nesta sexta-feira (19) durante a Operação Campeonato, executada pela Polícia Federal com o apoio da Polícia Militar, na Pedreira Prado Lopes (PPL), na região Noroeste da capital, em local conhecido como 'Buraco Quente'. A ação é fruto de uma investigação que começou há cerca de um ano na região, onde seis quadrilhas agiam cumprindo uma escala de plantão, de modo que todas as gangues ficassem à frente do esquema.

“Eles chamavam esse revezamento de 'campeonato'. O objetivo era fazer com que todos lucrassem e evitar conflitos e disputas de território entre os grupos”, disse o chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal (PF), delegado Elster Moraes. No total, 32 mandados de prisão preventiva foram expedidos, mas 16 investigados continuam foragidos. A ação continua até que todos sejam presos.

O esquema era liderado por um homem que está preso cumprindo pena pelo crime de tráfico de drogas. Segundo Moraes, durante as visitas íntimas a companheira dele o atualizava sobre o andamento dos trabalhos e levava as ordens para as quadrilhas. Ela foi uma das presas na operação desta sexta.
Juntos, os grupos formavam a maior quadrilha da região que fornecia drogas para Belo Horizonte e região metropolitana.

“Eles faziam um consórcio para comprar os entorpecentes com custo mais baixo”, completou. A droga, principalmente cocaína, vinha de estados como Mato Grosso, Paraná e São Paulo.

De acordo com o delegado, a quadrilha tentou firmar parceria com o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior organização criminosa do país que atua principalmente no estado de São Paulo. Porém, não obteve êxito nas negociações.

APREENSÕES

O chefe substituto da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, delegado Bruno Zampier, explicou que foram expedidos 23 mandados de busca e apreensão, sendo 22 na capital mineira e um em no município de Nova Odessa, no interior de São Paulo. “Lá, dois integrantes tinham uma casa de luxo próximo a uma represa que era alugada para temporadas. No local encontramos documentos que comprovavam a movimentação do tráfico”, afirmou.

Durante as buscas os policiais apreenderam armas, munições drogas e carros. O material ainda está sendo periciado e contabilizado pelas equipes da PF. “A Justiça determinou o sequestro de bens e valores de todos os investigados”, pontuou.

A região da Pedreira Prado Lopes fica próximo ao local conhecido como cracolândia de BH. Com vários “cabeças” do tráfico presos, a expectativa é que o movimento enfraqueça na região. “Esperamos que essa ação diminua a venda de entorpecentes por lá”, disse.

Os investigados foram indiciados por tráfico de drogas e associação para o tráfico e podem ser condenados a até 25 anos de prisão.

EFETIVO
No total, auxiliaram na execução da opração 120 policiais federais e 70 policiais militares do Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam), da Cia. Independente de Cães e do Batalhão de Radiopatrulhamento Aéreo.