(Maurício de Souza)
Deve receber alta ainda nesta quinta-feira (6) o menino de 8 anos que foi picado por um escorpião em Morro do Pilar, na Região Central do Estado. O animal estava dentro de um boné, que foi colocado na cabeça pela criança.Hoje, o médico Adebal de Andrade, que coordenador do Serviço de Toxicologia do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, disse que esteve com o garoto, que está bem. "A precocidade com que ele recebeu o soro ajudou muito na recuperação; diminuiu o tempo dele no CTI", afirmou.
O incidente foi na última terça (4). A criança que vive com a família na zona rural do município foi socorrido ainda na cidade, onde recebeu o soro antiescorpiônico. Como tinha insuficiência renal e, por causa da picada, teve complicações como arritmia cardíaca e falta de ar, ele precisou ser transportado de helicóptero para o João XXIII.
"Por isso a orientação para os pais é sempre procurar a unidade de saúde mais próxima. Lá, eles estão preparados para providenciar o soro, se necessário", alerta o médico.
HPS atende 1.400 casos
O Hospital Pronto Socorro João XXIII atende, em média, 1.400 casos de picadas de escorpião por ano, segundo o médico Adebal de Andrade, que coordenador do Serviço de Toxicologia da Unidade. E o número de casos em Minas Gerais pode ser bem maior, já que muitos pacientes buscam atendimento no próprio município.
De acordo com o médico, a maior preocupação deve ser com as crianças menores de 7 anos, porque é o público que tem maior número de reações graves. Em caso de picada, os pais devem procurar com urgência a unidade de saúde mais próxima e ficar atentos aos sintomas como vômitos, falta de ar, suor excessivo, cansaço, arritmia cardíaca, pressão alta ou baixa. A orientação é que o escorpião seja capturado. Mas se não for seguro pegar o animal, o médico sugere tirar uma foto com a câmera do celular.
Normalmente, ainda conforme o médico, 97% dos pacientes no hospital não recebem soro. Os adultos precisam ficar seis horas em observação e as crianças 24h, além de receberem analgésicos.
Atenção redobrada
Em Minas, o escorpião predominante é o amarelo, Tityus serrulatus, que tem a terceira toxina mais potente do mundo, segundo o médico. Eles se escondem dentro dos esgotos, ralos de banheiros, folhas, locais escuros e úmidos. Em época de chuva, geralmente são desalojados e o número de acidentes tendem a aumentar. Mas a orientação é ter cuidado ao manusear caixas guardadas por muito tempo e antes de usar um objeto como sapato ou chapéu checar antes.