(Frederico Haikal/Hoje em Dia)
Embora sejam esperadas cerca de 1,5 milhão de pessoas no Carnaval de Belo Horizonte desse ano, algo em torno de 500 mil a mais que em 2014, o contingente da Polícia Militar (PM) que vai atuar durante os dias de folia será menor. Ao todo, de acordo com a PM, 5.300 militares do Comando de Policiamento da Capital (CPC) vão trabalhar em diversos pontos da cidade durante o período de festa. O que significa cerca de dois mil PM’s a menos do que o número utilizado no ano passado.
Uma das explicações é o fato de o contingente que atuou em 2014 ter sido reforçado por alunos do Curso de Formação de Soldados. O grupo também atuou nos jogos da Copa do Mundo na capital. Após a formatura, os soldados foram encaminhados para cidades da região metropolitana e para o interior de Minas.
O Major Gilmar Luciano, chefe de imprensa da Polícia Militar, conversou com a rádio 102,9 FM e conta como os militares vão atuar durante o Carnaval da capital:
O desafio agora será garantir a segurança dos moradores e foliões, no já considerado pelas autoridades como o maior Carnaval de BH, com um efetivo menor. O esquema de segurança para o período será detalhado nesta terça-feira (3) pela Polícia Militar durante a posse do novo comandante de Policiamento da Capital, coronel Cícero Leonardo da Cunha, que assume o posto ocupado até o momento pela coronel Cláudia Romualdo.
Somando o contingente da PM com o efetivo da Guarda Municipal, o Carnaval de Belo Horizonte vai ter um agente de segurança para cada 225 foliões. Além dos 5.300 policiais militares, 1.360 guardas municipais também vão estar presentes nas ruas da cidade. A Guarda Municipal, que tem como foco a proteção do patrimônio público, será deslocada excepcionalmente para os eventos carnavalescos e para orientação e proteção dos usuários dos serviços públicos.
Outra preocupação das forças policiais é o controle do tráfego, já que diversas ruas serão bloqueadas para o desfile dos blocos. Segundo a Belotur, foram cadastrados 164 blocos de rua, mas a expectativa é a de que cerca de 200 grupos desfilem pela capital. O contingente de agentes da BHTrans para atuar nesse sentido ainda não foi divulgado pela empresa.
Os eventos que não foram informados previamente para a prefeitura não vão contar com a infraestrutura programada para os blocos que constam na listagem oficial. Com isso, áreas sensíveis, como a segurança, podem ficar descobertas. Sem a presença de policiais e guardas municipais, grandes aglomerações, como a que ocorreu na noite do último domingo no bairro Santa Tereza, região Leste de BH, podem terminar em confusão.
Como não foi comunicada para as autoridades a existência de um evento no local, nenhum esquema de segurança especial foi montado. Apesar de não haver uma confirmação oficial, a hipótese é que o local estaria mesmo sediando uma festa de pré-Carnaval. De acordo com a PM, as pessoas já estavam indo embora da praça, quando um homem atirou contra um rapaz no meio da multidão. O alvo dos disparos foi atingido com quatro tiros e socorrido em estado grave. Outras duas pessoas, um adolescente de 13 anos e um jovem de 21, também foram atingidas, mas não correm risco de morrer.
“Não havia nenhum evento previsto para a Praça de Santa Tereza e as autoridades não foram informadas. Como não houve o aviso, não tinha nada programado de reforço policial. Por isso pedimos que as pessoas colaborem e avisem a prefeitura, que aciona a PM”, explica o subcomandante do 16º Batalhão, major Roberto Martins.