(Reprodução/ facebook)
Eles se desdobram na urgente linha de frente para combater o novo coronavírus. Médicos, enfermeiros, técnicos e pesquisadores deixam de lado o medo e a insegurança para enfrentar a doença que já matou mais de 15 mil pessoas no mundo.
Alessandra Pereira, de 38 anos, é técnica em enfermagem no Hospital Risoleta Neves, na região de Venda Nova. O desafio é diário e exaustivo. “Estão chegando muitos casos suspeitos. Estamos tensos, não está sendo fácil. Por causa da demanda, estão faltando máscaras. O álcool em gel está acabando também. Estamos com muito medo, mas temos que trabalhar”, destacou.Reprodução/ facebook
Os profissionais de saúde atendem os infectados e entram em contato direto com o vírus. Com isso, a rotina é modificada em casa também. “Eu deixo uma sacola no portão de casa para colocar a minha roupa e vou direto para o banheiro. Além disso, lavo a cabeça todos os dias. Está um caos. Limpo as maçanetas da casa, limpamos as chaves o tempo todo”, explicou a técnica em enfermagem, que é casada e mãe de duas crianças, de 10 e 6 anos.
Para a médica Denise Cristiane Costa, de 35 anos, é um momento desafiador. "Ser médico ou qualquer profissional da saúde, neste período tão crítico, tem sido um desafio. Antes de a gente ser um profissional da área da saúde, é ser-humano, temos família e temos medo. Mas é nesta época que temos de ser forte, enfrentar este desafio. Fizemos um juramento na medicina que a gente trabalha em prol das pessoas, independentemente do risco que a gente se expõe", disse a especialista em clínica geral.
Homenagens
Com trabalho de relevância inestimável dos profissionais da saúde, os agradecimentos se espalham pelo planeta. Seguindo o exemplo de Itália e Portugal, os brasileiros organizaram na última sexta-feira (20) uma homenagem destas pessoas que estão colocando a vida em risco ao tratar os infectados pela Covid-19. A campanha #AplausosNaJanela, como vem sendo divulgada nas redes sociais, é uma forma de ser solidário com oo trabalho incansável destes profissionais.
As homenagens são símbólicas, mas comovem os profissionais da saúde. "Antes de tudo, o que a gente tem a dizer é: obrigada, população! Pela sensibilidade com os profissionais da saúde, não só pelos médicos. Minha mãe é enfermeira e também está trabalhando. Está sendo difícil, estamos anisosos, preocupados. A gente conta que a população fique em casa e cuide dos seus", relatou a médica Denise Cristiane Costa.
Itália
Até o dia 20 de março, mais de 4 mil profissionais da saúde contraíram o coronavírus na Itália, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde. No país, 23 médicos morreram desde o começo da epidemia. Como homenagem, moradores de várias cidades do país abrem suas janelas, por volta de 12h (horário local), e aplaudem os profissionais da saúde que se tem comprometido no combate à Covid-19.
O médico italiano Nicola Sgarbi tem utilizado o seu instagram para relatar a realidade dos profissionais da saúde no país. Em uma das publicações, ele mostrou como ficou o seu rosto utilizando os equipamentos de proteção e segurança após 13 horas de plantão em um hospital.
"Não sou e não me sinto um herói. Eu sou uma pessoa normal, que ama seu trabalho e que, agora mais do que nunca, tem orgulho de fazê-lo, dando tudo na linha de frente, juntamente com outras pessoas maravilhosas (médicos, enfermeiros, Os, técnicos, produtos de limpeza) (...) É por isso que não me importo com as muitas horas de trabalho, sinais, dores nas costas, cansaço, refeições salteadas e muito mais. Tudo isso vai passar. Também passará graças a você e seu trabalho duro e sacrifícios. Passará se estivermos unidos em um imenso esforço conjunto. Não desista", desabafou Sgarbi em um post no instagram.