(Divulgação/Polícia Militar do Meio Ambiente)
Milhares de peixes continuam morrendo na represa de Furnas, mesmo após a subida do nível do lago. Os criadores que usam o sistema de tanques-rede, que ficam imersos na água, são os mais prejudicados. Muitos deles já haviam enfrentado prejuízo alto com a mortandade de peixes no período de baixa do nível do lago.
Os tanques-rede precisaram ser mudados de local várias vezes e, mesmo assim, os peixes não suportaram a falta de oxigênio e morreram. Agora, os criadores reclamam que houve uma inversão. A subida rápida da água cobriu a vegetação que havia crescido onde o espelho d’água secou. E a fermentação desta matéria orgânica está matando os animais.
O criador Luís Cláudio de Sousa diz que encontra peixes mortos nos tanques-rede diariamente. O fenômeno, segundo ele, vem atingindo espécies de todos os tamanhos, desde os alevinos aos criados, prontos para o abate.
Os animais encontrados mortos apresentam barriga e olhos inchados, sinal de que morreram intoxicados e pela falta de oxigênio. O produtor explica que as algas que cresceram onde a represa secou demandam muito oxigênio da água e também potencializam a proliferação de bactérias e fungos.
Estresse
O agrônomo da Emater de Alfenas, Francisco Alves, afirma que o organismo dos peixes leva um tempo para se habituar à nova condição das águas e que este é um momento de estresse para os animais. “A vegetação retira o oxigênio da água e a temperatura fica elevada. O lago está em um processo de recuperação”, ressalta.
A mortandade prejudica os produtores, justamente em um período de quaresma, considerado o de maior venda. “Já tivemos muitos prejuízos durante a baixa drástica do lago. Agora estamos enfrentando mais um problema”, diz Luís Cláudio.
A Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago) afirma que a represa está com 53% de sua capacidade.