Mesmo em crise, Tio Sam ainda atrai os mineiros

Daniel Antunes - Do Hoje em Dia
27/08/2012 às 06:50.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:46
 (Leonardo Morais/Hoje em Dia)

(Leonardo Morais/Hoje em Dia)

GOVERNADOR VALADARES E FERNANDES TOURINHO – Depois de abandonar o sonho da vida melhor no exterior, moradores do Vale do Rio Doce – que ficou conhecido pela exportação de mão de obra para os Estados Unidos – agora sofrem com a falta de emprego e oportunidade na região e já planejam nova imigração.

Nem mesmo os riscos da travessia ilegal da fronteira nos Estados Unidos e os altos preços cobrados pelos “cônsules” - nome dado a quem ganha a vida intermediando viagens daqueles que querem entrar ilegalmente nos EUA - são obstáculos. O valor chega a 14 mil dólares e não há garantia de sucesso na travessia.

Na pequena Fernandes Tourinho, com 2.100 habitantes e distante 60 quilômetros de Governador Valadares, o sonho de fazer a “América” embala os moradores que voltaram do exterior a partir de 2008, quando a recessão econômica vivida pelos EUA fez minguar oportunidades de trabalho para os imigrantes ilegais no país.

Renda despenca

Fábio Soares da Silva, 27 anos, desembarcou na Fernandes Tourinho em janeiro de 2011 após seis anos na terra do Tio Sam. Com os dólares que ganhou na construção civil, construiu três imóveis e comprou um carro. “Só voltei para o Brasil porque as coisas lá não estavam fáceis. Mas descobri que aqui também não estão lá grandes coisas. Por pior que esteja, na América temos oportunidades”, disse.

Agora, ao lado da mulher e das duas filhas, Fábio vive uma vida bem diferente da que levava nos EUA, onde recebia em média U$ 20 por hora. No Brasil trabalha para uma empreiteira responsável pelo calçamento de ruas em Fernandes Tourinho, recebendo por mês pouco mais de um salário mínimo (R$ 622). “Minha renda caiu bastante. Ainda estou meio perdido. Quero voltar para os EUA e ficar tranquilo”, afirmou.

A seu lado, o colega de trabalho Clóvis Paulo Alves, também não vê a hora de voltar para os EUA, onde trabalhou numa padaria em Orlando, na Flórida. “Penso nisso toda hora. Lá tem mais oportunidade”, contou.

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