(Frederico Haikal/Arquivo Hoje em Dia)
Parte dos metroviários de Belo Horizonte desistiram da decisão de manter a greve sanitária nesta quarta-feira (26) e voltaram a operar os trens fora do horário de pico. Nessa terça (25), a categoria havia decidido paralisar as atividades, reivindicando a vacinação dos trabalhadores contra a Covid-19.
De acordo com o secretário-geral do Sindimetro-MG, Daniel Glória Carvalho, alguns trabalhadores foram assediados pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que os convenceram a voltar com o serviço de transporte.
A decisão de manter a greve foi tomada após o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinar uma escala mínima, com a circulação de 100% dos vagões nos horários de pico, das 5h30 às 10h e das 16h às 20h, e uma multa de R$ 30 mil por dia em caso de descumprimento.
Segundo Daniel, um dos representantes do sindicato foi detido por tentar impedir a saída do metrô na estação Eldorado, em Contagem, na Grande BH. “Tivemos um confronto direto com a empresa e terminou com um dos nossos diretores sendo algemado e encaminhado ao batalhão da PM por obstruir a partida de um trem fora do horário da tutela cautelar”, afirmou.
Diante da situação imposta pela companhia, o metrô circula normalmente em Belo Horizonte, mesmo com a paralisação marcada para hoje. Em nota, a CBTU afirmou a maior parte dos empregados do metrô optou por seguir trabalhando e não aderiram à greve anunciada pelo Sindimetro.
Além disso, informou que registrou ocorrência de ameaça contra profissionais de segurança metroferroviária durante tentativa de paralisação. "Diante do risco iminente e da atitude do diretor do sindicato, a segurança metroviária agiu prontamente para retirá-los dos trilhos e acionou a Polícia Militar para o registro obrigatório da ocorrência, já que a conduta coloca em risco a segurança dos passageiros e dos demais empregados da companhia", diz o comunidado.
Expectativa
Na capital mineira, de acordo com o Sindimetro-MG, a inclusão dos empregados no público prioritário da imunização contra o coronavírus foi discutida em reunião entre representantes dos funcionários e o prefeito Alexandre Kalil (PSD). "Ele se comprometeu a tentar, diante do Ministério da Saúde, conseguir mais doses com o novo lote da Pfizer que vai chegar ao município", disse o secretário.
Os funcionários do metrô anunciaram a greve em vários estados brasileiros para reivindicar a prioridade na vacinação contra a Covid-19. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) reconheceu que o pedido é válido, uma vez que o serviço é essencial e não parou durante a pandemia. No entanto, a entidade entrou com ação pedindo que a paralisação fosse totalmente suspensa.
*Com informações de Rosiane Cunha
Leia mais: