Militares que estupraram grávida são condenados

Rosildo Mendes - Do Hoje em Dia
13/12/2012 às 23:18.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:31

Os dois militares suspeitos de estuprar uma mulher grávida e agredir o namorado dela e dois amigos, em Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, em maio deste ano, foram condenados pela Justiça Militar, na quarta-feira (12).

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), o cabo Alex Sandro Bonuti, de 41 anos, foi condenado a 6 anos, 11 meses e 7 dias de prisão, e o soldado Wagner Gonçalves dos Santos Júnior, de 26 anos, a 4 anos, 3 meses e 18 dias. Ambos são lotados no 39º Batalhão da Polícia Militar.

Essa foi a sentença proferida pelo juiz titular da 1ª Auditoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Marcelo Adriano Menacho dos Anjos, que negou o pedido feito pela defesa para que os dois aguardem julgamento do recurso em liberdade.

O cabo foi condenado por ter estuprado uma jovem de 18 anos que estava grávida e o soldado por ter acobertado o caso. Ambos também receberam condenação por constrangimento ilegal e ameaça às vítimas, caso fossem denunciados.

O promotor de Justiça Carlos Alberto Silveira Isoldi Filho, que ofereceu a denúncia, irá recorrer da decisão. Nesta sexta-feira (14), às 13h30, o juiz Marcelo Adriano Menacho dos Anjos, que proferiu a decisão, irá realizar a audiência de leitura da sentença da Justiça Militar.

A defesa chegou a requerer o direito de os condenados recorrerem em liberdade, mas o juiz argumentou na decisão que a segurança das vítimas ficaria comprometida com a liberdade dos sentenciados.

O caso

Durante um patrulhamento de rotina contra o tráfico de drogas, no dia 22 de maio, por volta das 22 horas, os dois militares invadiram uma casa no bairro Santa Cruz Industrial, em Contagem. No local, com armas em mãos, praticaram um série de crimes.

A jovem estava com o namorado e  amigos no local. Ela e o rapaz foram levados para um quarto e obrigados a tirar a roupa para serem revistados. Em seguida ela se vestiu e foi para outro quarto, mas um dos PMs a seguiu e a estuprou.

O namorado tentou impedir o estupro, mas recebeu choques no pescoço dados pelo soldado que ainda desferiu golpes com um pedaço de madeira, acobertando o crime praticado pelo cabo.

Uma amiga do casal foi torturada com choques, pauladas com cabo de vassoura, chutes e enforcamento. O namorado dela foi obrigado a assistir à sessão de tortura.

Duas das vítimas foram colocadas dentro da viatura, algemados, e ameaçados. Segundo o cabo, todos na casa deveriam ficar calados pois, "se abrissem o bico, sobraria para todo mundo lá no barraco". Em seguida, os militares soltaram as vítimas em locais diferentes.

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