'Rota do Rio'

Minas é um dos alvos de operação contra esquema de tráfico de drogas ligado ao Comando Vermelho

As investigações apuraram que, em um período de dois anos, a organização criminosa movimentou cerca de R$ 30 milhões

Do HOJE EM DIA
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21/05/2024 às 10:12.
Atualizado em 21/05/2024 às 10:22

A Polícia Civil do Rio de Janeiro desencadeou uma operação para desmantelar uma estrutura criminosa de fornecimento de drogas no atacado ligada ao Comando Vermelho do Rio que atuava em conjunto com uma facção do Amazonas. As investigações apontam o material vindo do AM para o RJ era vendido tanto em comunidades quando no asfalto. As investigações apuraram que, em um período de dois anos, a organização movimentou cerca de R$ 30 milhões.

Os agentes estão cumprindo 99 mandados de busca e apreensão domiciliar expedidos pela Justiça, nos Estados do Rio de Janeiro, Amazonas, Minas Gerais e Pará, em desfavor de pessoas físicas e jurídicas identificadas como integrantes ou associados a um dos "braços operacionais e financeiros” do Comando Vermelho.

Alguns desses mandados tem como locais o interior das comunidades Fallet, Fogueteiro, além de endereços nobres da cidade: Ipanema, Arpoador, Copacabana, Barra da Tijuca, Catete, Recreio; e do estado do Rio de Janeiro, como Cabo Frio e Búzios. 

As investigações, que contaram com o apoio do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), apontam que a rota utilizada para o escoamento da droga vinda do Amazonas até o Rio de Janeiro serve, em sentido contrário, para o fluxo de dinheiro do comprador atacadista para o seu fornecedor, evidenciando o grande esquema de fornecimento e pagamento da droga vendida tanto no morro quanto no asfalto. 

Para escamotear a origem ilícita dos recursos oriundos da compra e venda de drogas, essa organização criminosa realiza pagamentos de forma pulverizada a diversas pessoas interpostas. Entre elas, um frigorífico no Amazonas, pertencente a um ex-prefeito de um município daquele estado, que teve o mandato cassado por abuso de poder econômico.

As investigações financeiras apuraram que, em um período de dois anos, a organização movimentou aproximadamente R$ 30 milhões em recursos ilícitos.

Conforme a Sepol, a operação tem como objetivo angariar elementos de prova, o confisco de bens móveis e imóveis relacionados às atividades de tráfico. Essas ações são fundamentais para desmantelar o arcabouço financeiro que patrocina o comércio ilícito da facção e enfraquecer significativamente seu poder de atuação, com risco mínimo de letalidade. 

Rota do Rio

Segundo a PCRJ, outro destaque é a comprovação que o tráfico “romântico” do asfalto e o sanguinário das comunidades têm a mesma origem e o mesmo fornecedor, sendo um tão nefasto quanto o outro em se tratando de macrocriminalidade. 

"Essa operação é uma demonstração clara de que a Sepol está atuando em todas as frentes no combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas. A Operação Rota do Rio não só visa desmantelar a estrutura financeira e logística do Comando Vermelho, mas também mostra o comprometimento da Polícia Civil em garantir a segurança pública e a ordem em todo o Estado do Rio de Janeiro. A ação coordenada entre diferentes delegacias e estados reforça a determinação das autoridades em combater eficazmente o narcotráfico e outras atividades criminosas", destacaou em nota.

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