Minas joga fora quase 50 mil doses da vacina contra a Covid-19 desde janeiro

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
09/11/2021 às 07:20.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:12
 (Hélia Scheppa/SEI/Divulgação)

(Hélia Scheppa/SEI/Divulgação)

Quase 50 mil doses de vacinas contra a Covid-19 foram jogadas fora em Minas Gerais desde o início da campanha de imunização, em janeiro deste ano. Isso representa 0,14% do total de unidades recebidas pelo Estado, mas simboliza um prejuízo considerável, levando-se em conta a importância da proteção, como afirmam especialistas. 

Todos os 49.815 imunizantes, que estavam em 60 municípios mineiros, foram inutilizados após avaliação do Ministério da Saúde. Considerando que é preciso duas doses para uma proteção maior contra o coronavírus, é possível afirmar que o quantitativo daria para imunizar toda a população de São José da Lapa, na Grande BH, por exemplo. Cidade tem pouco mais de 24 mil habitantes, aponta o IBGE.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) a perda das vacinas se deu por quedas de energia e falhas em equipamentos por irregularidade de temperatura e também no armazenamento das mesmas. O vandalismo também ganha destaque.

“Para a gente, quem sabe, chegar no início do ano que vem com o controle mais adequado e poder curtir o Carnaval de forma mais segura e tranquila”Unaí Tupinambás - Infectologista, sobre importância da vacinação

Na semana passada, Passos, no Sul do Estado, perdeu todas as doses disponíveis após o posto de saúde do município ter o padrão de energia furtado. O local ficou três dias fechado para reparos. 

“É importante esclarecer que assim que o município identifica alguma alteração no imunizante preenche um formulário online e notifica a SES-MG e o Ministério da Saúde, sendo o governo federal responsável pela avaliação conclusiva da destinação da vacina. As doses são repostas, para que não ocorra prejuízo para a população”, disse a pasta.

Importância da vacinação

Em Minas, mais de 12 milhões de pessoas acima de 12 anos concluíram o esquema vacinal contra a Covid. Esse dado representa cerca de 66% desse público-alvo. Quando consideramos a primeira dose, o número ultrapassa os 16 milhões, ou 88%.

Diante desse avanço, o Estado já colhe frutos. Os leitos de terapia intensiva, que chegaram a ficar esgotados em momentos de pico da doença, atualmente estão com a ocupação em 16%.

O cenário reforça a importância da vacinação e conclusão do esquema vacinal, reforça o infectologista e membro do Comitê de Enfrentamento à Covid em BH, Unaí Tupinambás.“As pessoas já estão cansadas. Já está tudo flexibilizado, então mais do que nunca é importante terem o esquema vacinal completo”, disse, considerando, ainda, a necessidade de atingir de 80% a 90% da população com duas doses, a chamada imunidade de rebanho.

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