Dados do Núcleo de Estudos Sismológicos da Unimontes revelam ação natural e também artificial, como detonações em mineradoras
Dados do Núcleo de Estudos Sismológicos (NES) da Unimontes, a Universidade Estadual de Montes Claros, mostrou que Minas Gerais sofreu 28 tremores de terra de baixa intensidade em julho. Destes, 13 foram registrados em Montes Claros, no norte do Estado, e por causas artificiais, provocados por detonações em mineradoras. Os demais foram considerados naturais.
O objetivo do Núcleo é monitorar e mapear os tremores naturais ocorridos no Estado, além de analisar os classificados como artificiais, produzidos por atividade humana. Explosões em minas ou pedreiras e testes nucleares entram nesse rol, enquanto os naturais são causados por processos geológicos, como movimentos das placas tectônicas, atividade vulcânica e colapso de cavidades subterrâneas.
Arte apresentada pelo Núcleo de Estudos Sismológicos (NES) da Unimontes (Reprodução/Instagram)
A ocorrência de sismos naturais (que geram ondas de choque, que se propagam via crosta terrestre e são detectadas pelas estações sismográficas), segundo os pesquisadores, evidencia atividade tectônica moderada e característica da região abrangida. Apesar disso, adverte o NES, trata-se de eventos que reforçam a importância do monitoramento sísmico constante em áreas onde a percepção pública sobre terremotos ainda é limitada.
Em julho, o NES computou tremores em Crisólita (um de 1.1 e outro de 1.8 de magnitude), Outro Preto (2.5), Barão de Cocais (2.3), Riacho dos Machados, Norte de Minas (2.1), Mariana (2.1), Itabira (2.1), Curvelo (2.3), Coromandel (2.5), Capim Branco (2.6), Sete Lagoas (um de 2.7 e outro de 2.1) e Frutal (um de 2.6, um de 2.5 e outro de 2.4). Esses sismos foram monitorados e registrados pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), em colaboração com o Núcleo de Estudos Sismológicos da Unimontes.
A ocorrência de pequenos tremores em Minas não é incomum, especialmente em áreas como o Alto Paranaíba, a Bacia do São Francisco e a região central do Estado, onde a geologia favorece o acúmulo e liberação de tensões na crosta terrestre. Embora todos os abalos sejam de baixa magnitude, conforme o NES, há necessidade de se manter sistemas de monitoramento ativos e campanhas de conscientização sobre riscos geológicos, mesmo em áreas consideradas de baixa sismicidade.
Leia também: