crimes virtuais

Minas registrou quase 130 mil crimes cibernéticos em 2022; cerca de 30% só no WhatsApp

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
07/02/2023 às 16:49.
Atualizado em 07/02/2023 às 19:32

Minas Gerais registrou 128.869 crimes de estelionato cibernético em 2022, sendo 13% praticados no Instagram e 28% no WhatsApp, o que corresponde a 36.006 casos só no aplicativo de mensagens.

Os dados são da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), apresentados nesta terça-feira (7), na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte. A data marca o Dia Internacional da Internet Segura.

O MPMG também apresentou o Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), uma espécie de divisão especializada do Coeciber. Segundo o promotor Mauro Ellovitch, coordenador do Gaeciber, os números são assustadores e não se restringem às grandes cidades.

"No ano passado 844 municípios mineiros registraram algum tipo de crime cibernético. Apenas nove cidades não tiveram nenhum tipo de registro desse tipo. É uma criminalidade que está difusa em todo nosso Estado”, observou Ellovitch, que deixou claro que há subnotificação no número de casos no Estado.

Um crime mais atual e que tem trazido impacto para a população é a invasão de dispositivos, como celulares, smartphones, tablets e computadores. Em 2022 foram 9.462 casos de invasão de contas nas redes sociais ou acesso a dados de acesso e bancários.

Organizações criminosas 
Os crimes cibernéticos são os que mais crescem no mundo, e correspondem de 20% a 30% de todas as contravenções no país. Segundo levantamento da empresa de segurança digital Norton Security, cerca de 70 milhões de brasileiros já sofreram algum tipo de ataque cibernético, com prejuízo estimado em R$ 32 bilhões.

Como lembrou o procurador-geral de Justiça de Minas, Jarbas Soares Júnior, no evento no MPMG nesta terça, os ataques de vandalismo aos edifícios dos Três Poderes, em Brasília (DF), em 8 de janeiro deste ano, foram todos combinados pela internet. De acordo com o procurador-geral, a criação do Gaeciber seria justamente uma necessidade de modernização da estrutura da Coeciber, criada em 2008.

“Nós não podemos ficar estagnados em uma estrutura enquanto a criminalidade está se especializando, se expandindo de maneira exponencial”, comentou o promotor Mauro Ellovitch.

Para Jarbas Soares Júnior, é preciso enfrentar as organizações criminosas que atuam de forma intensa e prejudicial no meio virtual. "É necessário que as polícias, o MPMG e os órgãos de inteligência estejam também organizados para enfrentar esses problemas que só vão agravar com o passar do tempo".

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