(Carlos Bassan/Fotos Públicas)
O número de mineiros desprotegidos contra o sarampo equivale à população das 34 cidades da Grande BH. No território, mais de 5,3 milhões de pessoas, de 1 a 29 anos, não tomaram a vacina que previne a doença. A situação, que já lança um alerta, preocupa ainda mais devido ao surto enfrentado em São Paulo. No estado vizinho, mais de 633 casos foram confirmados.
Neste ano, por aqui, quatro pacientes tiveram o diagnóstico positivo para a enfermidade. Ao todo, foram 190 notificações em 73 cidades, conforme dados divulgados ontem pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES).
A orientação é que os não imunizados procurem os centros de saúde para tomar a dose contra o sarampo. A recomendação é ainda maior porque a campanha nacional de vacinação, realizada todos os anos em agosto, foi adiada para outubro.
A faixa etária de 1 a 29 anos não deve perder tempo, afirma Virgínia Antunes, vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI). Segundo ela, mesmo as pessoas que já tomaram uma dose da vacina precisam reforçar com a segunda. “É o que garante a proteção dessa parcela da população”.
Conscientização
O professor Flávio Fonseca, da UFMG, reforça a importância da imunização. Ele afirma que o índice de habitantes desprotegidos é reflexo da disseminação das fake news. Para o virologista, ações de conscientização são urgentes.
“Podemos atribuir essa onda de casos em São Paulo à difusão de notícias falsas pelas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens. São pessoas que replicam a ideia de que vacina causa efeitos maléficos, o que não é verdade”, frisa o especialista.
Alerta
Dos quatro casos de sarampo confirmados em Minas em 2019, dois foram registrados em Belo Horizonte. “A secretaria (Municipal de Saúde) publicou alerta para a população, no sentido de intensificar a verificação da situação vacinal, já que temos um fluxo com os estados vizinhos. Por isso, é preciso que os moradores de BH fiquem atentos”, informou a gerente de Vigilância Epidemiológica da pasta, Patrícia Merljak Pinto Toledo.
A gestora chama a atenção para as complicações decorrentes da enfermidade, o que podem levar à morte. Segundo ela, a situação é ainda mais grave em crianças menores de 1 ano desnutridas e indivíduos imunossuprimidos (com redução da atividade ou eficiência sistema imunológico).
(Com Juliana Baeta e Cinthya Oliveira)
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