Mineiro preso por tráfico humano nos Estados Unidos receberá visita do Consulado Brasileiro

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
24/05/2013 às 17:30.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:32

RESPLENDOR – O mineiro Cassius Dietrich, de 38 anos, que está preso desde o dia 7 deste mês na Flórida (EUA), acusado de tráfico de pessoas, deve receber uma visita da equipe do Consulado do Brasil em Miami neste final de semana. A partir dessa visita, informou o Itamaraty, é que as providências para libertá-lo serão tomadas. “A acusação é de um crime grave. Vamos acompanhar para que tenha um julgamento justo”, informou o Itamaraty. Dietrich é de Resplendor, Vale do Rio Doce, onde mora a família. Ele tem dupla nacionalidade, brasileira e alemã, e, por isso, pode abrir mão da ajuda brasileira. “O Consulado ainda não foi acionado por Dietrich ou familiares, mas fez contato com a direção do Centro de Detenção Federal de Miami e aguarda autorização para visitá-lo. Se ele quiser, vamos acompanhá-lo para que tenha um julgamento justo”.   Cassius foi preso no aeroporto de Miami, quando desembarcou de um voo do Rio de Janeiro. De acordo com a denúncia, ele estava com duas adolescentes, uma de 11 e outra de 18 anos. Abordado, teria apresentado um passaporte alemão, que não necessita de visto para entrar nos Estados Unidos, e informado aos agentes que acompanhava duas conterrâneas até a Disneylândia. Mas interrogadas, as jovens teriam contado que, na verdade, iriam se encontrar com os pais que vivem em Boston, supostamente de forma ilegal.    Para o irmão do agente, Mauro Dietrich, tudo não passa de engano. Segundo ele, a mais jovem tem 14 e não 11 anos de idade e as duas têm vistos de turista e passaportes brasileiros válidos. Mauro e o irmão seriam sócios na Ramitur Turismo, com sede em Resplendor e com 22 anos de mercado, além de registro na Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV). Cassius já teria feito outras viagens ao exterior para acompanhar clientes, principalmente idosos.   "Muitos emigraram deixando filhos e parentes para trás e agora estão indo visitá-los. Não sabíamos que acompanhar pessoas com vistos legais era burlar a lei. Se tinham o interesse de ficar lá, não é culpa dele. A maioria volta”, justifica. Entretanto, segundo as leis federais vigentes nos EUA, o objetivo de transportar, mesmo que seja legalmente, crianças com a intenção de deixá-las permanentemente no país já implica em tráfico humano.    O réu teve negado o pedido de pagamento de fiança e também não poderá responder ao processo em liberdade. Se condenado, pode pegar até dez anos por cada pessoa "traficada". “Fizemos várias tentativas de contato com o Consulado e não conseguimos. Precisamos de toda a ajuda possível, e rápido”, diz Mauro Dietrich.

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