(FREDERICO HAIKAL/HOJE EM DIA)
Uma das obras mais valiosas do conjunto arquitetônico da Pampulha, a Igreja São Francisco de Assis reza por socorro. Idealizador dela, o arquiteto Oscar Niemeyer, falecido em dezembro de 2012, certamente sofreria desgosto se visse que infiltrações, mofo e manchas dividem hoje espaço com as curvas da construção, os azulejos e os painéis de outro mestre, o artista plástico Cândido Portinari.
“A água jorra no teto, desce e mancha os azulejos, as paredes e o chão. Quando chove mais forte, vira uma cachoeira aqui dentro. A situação está precária. O patrimônio corre sério risco”, alerta a administradora do templo, vinculado à arquidiocese da capital, Nilza Barbosa do Vale. “Como a fiação está embutida na parede, tememos um curto-circuito”.
Revestido de madeira, o teto côncavo estampa as marcas da infiltração. Por causa da umidade, até cogumelos brotaram. Sob o local onde se apresentam os corais, há mais infiltrações e a parede descascou. Do lado de fora, pastilhas originais estão danificadas e algumas até se soltaram, causando vazamento de água na parte interna do templo.
Além disso, azulejos que dão vida às figuras de São Francisco de Assis e animais quebraram. Uma plantinha chegou a nascer na curva externa da parte de trás da igrejinha.
Solução adiada
“Para proteger todo esse tesouro artístico e chamar a atenção popular, cheguei a pensar em cobrir o teto com uma lona preta. Mas não podemos tomar qualquer atitude, já que a Prefeitura de Belo Horizonte é a responsável pela igreja”, diz o capelão Ademir Ragazzi.
Segundo ele, a PBH adiou a reforma e a restauração do local várias vezes. Em princípio, a intervenção começaria em abril. A data foi postergada para dezembro e, agora, ficou para o início de 2014. “Há certo descuido. Provavelmente estão tendo dificuldades, mas essa situação põe em risco a estrutura do patrimônio, que tem valor mundial”, lamenta Ragazzi.
Conjunto arquitetônico
A negligência e o descuido com a Igrejinha de São Francisco de Assis podem frustrar a expectativa de fazer do conjunto arquitetônico e modernista da Pampulha Patrimônio Cultural da Humanidade.
A candidatura ao título, creditado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), foi lançada oficialmente no dia que a capital comemorou 116 anos.
Para concorrer, o bem precisa ter valor cultural relevante para a sociedade, estar bem cuidado, ter plano de desenvolvimento local e manutenção da preservação.
A assessoria de imprensa da PBH disse ontem que não conseguiu contato com a diretores da Fundação Municipal de Cultura, órgão que cuida do patrimônio da cidade. Mas prometeu que a partir de hoje a situação da Igrejinha será analisada.
O novo show estreou em novembro, no Japão. Verônica fez seis shows lá, a convite do Itamaraty, dentro do projeto “Novas Vozes do Brasil”, que já a havia levado à Colômbia, Portugal, Espanha e Rússia. São Paulo e Ribeirão Preto também já conferiram as novidades. Em 2014 ela espera voltar a BH, onde já se apresentou três vezes.