No primeiro dia sem a obrigação do uso de máscaras contra Covid-19 em espaços abertos de Belo Horizonte, já foi possível encontrar quem dispensa o item pelas ruas da cidade. Na manhã desta sexta-feira (4), a reportagem do Hoje em Dia foi até a Praça Floriano Peixoto, no bairro Santa Efigênia, região Leste da capital, e encontrou pessoas aproveitando o dia ensolarado sem máscara, mas com precaução.
Já a esposa dele, a doméstica Luiza Terezinha, também de 27, acredita que a decisão foi prematura. "Talvez não seja o momento ideal, acho que ainda tem muitos casos e nós nunca sabemos se a pessoa do nosso lado pode estar contaminada", alertou.
O casal e o filho de 4 anos sairam de Ribeirão das Neves, na Grande BH, para uma consulta médica e aproveitaram para dar um passeio pela região.
Quem não vê grandes diferenças na novidade é o funcionário público Bruno Araújo, de 46 anos. Apesar de ter o costume de usar sempre a máscara, ele passeava com o cachorro pela praça sem a proteção, e ressaltou o distanciamento das outras pessoas como fator decisivo.
"Por garantia, ainda quero usar, mesmo sabendo que a maioria das pessoas já não respeitava os decretos durante a pandemia. Acho que também é uma questão de bom senso, vemos casos na China e Japão, por exemplo, em que a população se protege naturalmente com o item, sem considerar tempos de pandemia", argumenta.
O servidor finaliza argumentando que uma mudança na cultura das pessoas, com maiores cuidados em relação à saúde, deve ser o grande diferencial daqui para frente.
"Esse decreto não deve surtir grande efeito, tenho certeza que muitos não vão ficar sabendo tão cedo, mas é importante não descuidar no futuro. Usar máscara em hospitais, unidades de saúde e situações de perigo precisa fazer parte da rotina", explica.
Decisão
A medida foi anunciada ontem pelo prefeito Alexandre Kalil e está em vigor, após ser oficializada por meio de decreto publicado no Diário Oficial do Município, na edição desta sexta-feira (4).
A liberação tem aval do Comitê de Enfrentamento à enfermidade, formado pelo secretário municipal de saúde e infectologistas voluntários. O avanço da vacinação contra o coronavírus e a disseminação da variante Ômicron em janeiro e fevereiro são os principais fatores levados em conta.
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