Grande BH

Moradores da Ocupação Pingo D'Água protestam contra ordem de despejo e interditam BR-262 em Betim

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
24/08/2022 às 08:13.
Atualizado em 24/08/2022 às 10:30
 (Reprodução / Redes sociais)

(Reprodução / Redes sociais)

Moradores da Ocupação Pingo D'Água, em Betim, realizaram mais um protesto na manhã desta quarta-feira (24), na BR-262, na altura do bairro Granja São João, na Grande BH. Os manifestantes interditaram totalmente a rodovia nos dois sentidos. Por volta das 10h, o trânsito foi liberado. Esse é o terceiro protesto neste mês.

O ato é contra uma ordem de despejo de aproximadamente 100 famílias que vivem na ocupação há mais de dez anos. Os moradores pedem apoio das autoridades frente à ordem de despejo. O protesto reuniu cerca de 30 pessoas logo no início da manhã. 

Os manifestantes seguraram cartazes, queimaram pneus e objetos e interditaram totalmente a pista. No local, havia muita fumaça. A estrada é uma importante ligação para as regiões Centro-Oeste e Triângulo mineiros.

Por volta das 6h, o Corpo de Bombeiros foi acionado para debelar as chamas causadas pela queima dos objetos. 

Uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou a manifestação. Por volta das 10h, a PRF informou o liberamento total das pistas. No entanto, um cogestionamento de 4km ainda era registrado no sentido Juatuba. 

O que diz a Prefeitura de Betim?

Em nota, a Prefeitura de Betim disse que o processo de reintegração de posse foi movido pelo proprietário do terreno - a construtora MRV - em desfavor dos ocupantes. O município ressalta que não faz parte da ação judicial.

No entanto, o município realizou encontros para tentar solucionar o impasse. "Na oportunidade, a MRV não ofereceu proposta para solucionar o impasse. Diante disso, o município propôs o reassentamento das famílias em área institucional a ser adiantada em doação pela MRV", diz trecho do comunicado.

Ainda segundo a Prefeitura de Betim, na proposta, a atual gestão elaboraria projeto do loteamento e também das casas, enquanto a construtora forneceria a infraestrutura necessária e os ocupantes construiriam as respectivas casas. 

"É importante ressaltar que grande parte dessas famílias já é atendida pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da região", afirma.

Conforme o Executivo, nova reunião está sendo agendada entre as partes e o Ministério Público para seguir com as tratativas buscando um acordo.

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