(Ricardo Bastos)
Nem mesmo o reforço no número de banheiros químicos na Savassi, de 150 para 230, foi suficiente para inibir a falta de educação de parte dos torcedores que ocuparam as imediações da praça Diogo de Vasconcelos, no último sábado, durante o jogo entre Brasil e Chile, no Mineirão. Neste domingo, pela manhã, moradores e comerciantes faziam um balanço do rastro de sujeira e fortes odores de urina e cerveja que tomavam conta dos quarteirões.
Na avenida Getúlio Vargas, um dos principais corredores da região, canteiros e bancas de revistas foram transformados em mictório a céu aberto, mais uma vez. Indignada – e incomodada, principalmente – com a situação, a moradora Jane Faria foi logo cedo para a portaria do prédio em que mora para pedir à equipe de limpeza urbana que caprichasse por lá.
“Isso aqui é uma área comercial e residencial, não é adequada para receber 20 mil pessoas, como aconteceu ontem (sábado). O cheiro forte de urina em frente ao meu apartamento chega a causar náusea”, disse Jane, mostrando que foi preciso vedar as frestas das janelas para impedir que o odor invadisse ainda mais o imóvel.
Mutirão
Os trabalhos de limpeza na Savassi começaram por volta das 5 horas de ontem, com a varrição e o recolhimento de latinhas de alumínio. Mais tarde, por volta das 8h30, os caminhões-pipa começaram a chegar para a lavagem das calçadas.
Alguns estabelecimentos protegeram as fachadas com tapumes, para afastar os torcedores que não quiseram enfrentar as filas dos banheiros. “Teve um banco bem aqui ao lado que fez isso, mas não adiantou, porque algumas pessoas urinaram nos tapumes. Depois que a prefeitura termina de lavar, eu limpo de novo e jogo creolina, para desinfetar. Mas isso é um absurdo, porque pagamos IPTU caro aqui”, afirmou Jane.
Segundo ela, nem se o número de banheiros instalados na região triplicasse atenderia à multidão que ocupa as ruas em dias de jogo do Brasil. A solução, para ela, seria transferir a festa para um espaço aberto, longe de residências, a exemplo da Praça da Estação.