(Facebook/Reprodução)
Os integrantes de ocupações da região do Isidoro ganharam apoio de representantes da sociedade civil. Só na manhã desta quarta-feira (13), manifestações isoladas em várias regiões da cidade foram organizadas por estudantes, moradores de bairros carentes, entre outros, reivindicando direitos de moradias para as famílias das ocupações Estrela, Vitória e Rosa Leão.
O principal motivo da realização do protesto é que os grupos são contra a ação de despejo, que estava marcada para acontecer nesta quarta-feira, mas foi suspensa na noite de terça-feira (12) pela Vara Cível de Infãncia e Juventude de Belo Horizonte. O órgão se preocupa com o destino de crianças e adolescentes das ocupações.
O primeiro protesto aconteceu na avenida Abílio Machado, próximo à Praça São Vicente, no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste da capital. O movimento foi organizado por moradores da região, que atearam fogo em pneus e entulhos, interditando a via por cerca de uma hora e meia. Quarenta pessoas participaram do ato portando faixas e gritando palavras de ordem.
“Estamos aqui em solidariedade a essas famílias que não tem moradia e se forem despejadas, não terão para onde ir”, disse André Luiz Gomes, que participou do ato.
O segundo, ocorre desde às 10h na avenida Antônio Carlos, em frente ao campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Cerca de 60 manifestantes, entre estudantes da instituição e uma comissão de moradores das ocupações, fecham a via no sentido Centro.
Para o estudante Rafael Bittencourt, que participou no início do ato, a proposta é fazer coro às reivindicações das famílias das ocupações por moradia. “Somos contra a desocupação violenta que iria ocorrer hoje. Sou ativista da causa porque são quase oito mil famílias, incluindo muitas mulheres, crianças e idosos, que estão com essa dificuldade”, destacou.
No Facebook, internautas criaram a hastag @ResisteIsidoro, que também pretende dar apoio à causa. Na rede social, dezenas de pessoas se manifestam à favor das famílias.
Despejo suspenso
A ação de despejo foi determinada no fim da última semana. Na segunda-feira (11) ficou definido que ela seria executada nesta quarta-feira (13). Mais de mil policiais militares estavam preparados para executar a ação.
No entanto, no fim da noite de terça-feira (12), a Vara Cível de Infância e Juventude de Belo Horizonte expediu uma decisã que suspendia o despejo. A alegação é de que a prefeitura da capital só poderá retirar as famílias se apresentar um plano detalhando onde as crianças e adolescentes da ocupação vão estudar. A decisão também proíbe a retirada dos pais desses menores.
De acordo com o TJMG, esse planopara resolver o problema deve ser apresentado dentro de 10 dias em Juízo. O descumprimento da ordem resultará em multa diária de R$ 5 mil.
A Polícia Militar informou que desmobilizou toda a operação planejada para a reintegração de posse, prevista para acontecer nesta quarta-feira (13), na Granja Werneck. De acordo com a PM, os 400 militares mobilizados do interior para apoiar a ação já retornaram para suas unidades de origem. Audiência Pública
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realiza, neste momento, uma audiência pública para discutir a situação das ocupações urbanas de Belo Horizonte e Região Metropolitana. Participam do encontro representantes de coupações da capital e do judiciário.
Atualizada às 14h39.