(Dandara Resiste/Divulgação)
Dezenas de moradores de terrenos da Granja Werneck, na região do Isidoro, zona Norte de Belo Horizonte, se acorrentaram em frente ao Palácio da Liberdade, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (11). Os manifestantes protestam contra a ordem de despejo de oito mil famílias expedidas pela Justiça. O cumprimento da decisão e reintegração de posse pode ocorrer a qualquer momento. "Vamos ficar aqui por tempo indeterminado, até que o governador Alberto Pinto Coelho suspenda a operação de desocupação. São oito mil famílias que serão despejadas. Se isso vier a acontecer, vai ser um massacre em Minas Gerais", declarou Rafael Bitencourt, membro das Brigadas Populares. Conforme a PM, o protesto ocorre de forma pacífica. A corporação informou que aproximadamente 60 pessoas estão no local usando correntes para se prender às grandes. Já os manifestantes informaram que cerca de 300 pessoas estão participando do ato. Durante esta manhã, a cúpula da PM se reuniu para definir a logística da operação. "Não participamos porque somos contrários a desocupação", disse Bitencourt. Por causa da manifestação, o trânsito está complicado na região. Tensão Na ocupação Rosa Leão, o clima é tenso. Os cinco acessos foram fechados com barricadas. Pneus, telhas, sacos de terra e até pedras impedem a entrada de veículos. A informação é a de que ninguém deverá sair das casas para ir trabalhar. “Nós vamos resistir. Nossa arma é o número elevado de pessoas e a força da nossa voz”, diz uma das líderes da ocupação, Charlene Cristine Egídio. Lá, moram 1.500 famílias. São pelo menos 900 crianças. Em todo o Isidoro são 8 mil famílias. Na tarde de domingo (10), houve tumulto entre invasores do Rosa Leão e militares no cruzamento das ruas Leila Diniz e Raul Pompéia. Os ocupantes acusam a PM de efetuar disparos. Balas de borracha também teriam sido usadas. Em nota, a PM informou que “integrantes da invasão obstruíram as vias de acesso e que os moradores da região, que utilizam as ruas, teriam acionado a corporação. Militares teriam ido ao local para restabelecer o fluxo de veículos e mesmo tendo sido recebidos por pedradas e tiro, conseguiram desocupar as vias”, informa o documento.