Uma comissão de moradores da Ocupação Areias já se reuniu no início da tarde com o superintendente de infraestrutura da Secretaria de Desenvolvimento Regional, de Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru), Pedro Schultz, e agora será recebida pelo secretario Alencar Santos. Eles reivindicam a suspensão de uma ordem de reintegração de posse do terreno ocupado pelos moradores em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Segundo um integrante do movimento Brigadas Populares, Rafael Bittencourt, a decisão da 2ª Vara Cível de Neves contém várias ilegalidades. "As famílias sequer tiveram um advogado constituído nos autos do processo e ficaram sem direito à defesa durante o julgamento", denuncia. Além disso, ele afirmou que a previsão era de que as cerca de 300 famílias que vivem na ocupação fossem despejadas já na próxima terça-feira (13). Na manhã desta segunda-feira, cerca de 200 moradores montaram acampamento na Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais. De acordo com a assessoria de comunicação do governo, os moradores continuam ocupando o saguão de um dos prédios. Além disso, o órgão confirmou a realização das reuniões com os representantes da ocupação, mas não revelou o que está sendo discutido. Em nota, a prefeitura de Ribeirão das Neves informou que "não irá fazer nenhuma interferência direta no impasse envolvendo moradores de um assentamento e os proprietários do local, que fica na região do bairro Areias". Ainda segundo o órgão, a administração indicou um galpão para que seja feito o acolhimento emergencial das pessoas. Entretanto, o espaço ainda precisa ser aprovado pelo Ministério Público. A prefeitura informou também que um levantamento feito no ano passado contabilizou cerca de 170 pessoas de 53 famílias. Já os representantes da ocupação falam em 300 famílias vivendo na ocupação Areias. O terreno invadido é de propriedade privada e uma decisão da Justiça autorizou a reintegração de posse da área.