(Reprodução / Cecília Bastos - USP Imagens)
O professor universitário e jurista Dalmo de Abreu Dallari morreu, nesta sexta-feira (8), em São Paulo, em decorrência de insuficiência respiratória. Ele tinha 90 anos e era um dos maiores do país e importante escritor na área do Direito.
Academia em luto
Em comunicado, a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FD-USP) lamentou a morte de Dallari, que foi professor emérito e diretor da faculdade.
O ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi orientando de Dallari na pós-graduação e lamentou a perda em sua conta no Twitter.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, também lamentou o falecimento do jurista.
"O Brasil perde um de seus principais expoentes e, a USP, uma figura ímpar que ajudou a forjar esta Universidade com sua dedicação na gestão universitária e na formação de gerações de profissionais na área de Direito. Neste momento de consternação, a Reitoria se solidariza com os familiares e a comunidade acadêmica da Faculdade de Direito”, afirmou.
Floriano de Azevedo Marques Neto, ex-diretor da faculdade, ressaltou o significado do professor Dalmo para a história do país.
"Perdemos hoje mais do que um professor sênior querido por todos e todas. A Faculdade perdeu um líder e um formador de gerações de docentes e discentes. O país perde um expoente da Democracia. Eu, pessoalmente, perco meu orientador, um amigo e uma referência em tudo que fiz e faço na minha vida”, destacou.
Segundo a FD-USP, a família informou que o jurista deixa esposa, sete filhos, 13 netos e dois bisnetos, e várias gerações de alunos e seguidores, “aos quais se dedicou em mais de 60 anos de magistério e atuação na promoção dos direitos humanos”.
O velório será realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo de São Francisco, 95.
Biografia
Dallari formou-se em Direito pela USP em 1957. Em 1963 foi aprovado no concurso para livre-docente em Teoria Geral do Estado na FDUSP. No ano seguinte (1964) passou a integrar o corpo docente da universidade.
Após o golpe militar e a instalação da ditadura, passou a ter destacada posição na resistência democrática e na oposição ao regime que se estabelecia. A partir de 1972, ajudou a organizar a Comissão Pontifícia de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, ativa na defesa dos Direitos Humanos.
No ano de 1974, passou a ministrar aulas no curso de pós-graduação da FD como professor titular de Teoria Geral do Estado.
Em 1986, foi escolhido para ser diretor, permanecendo até o ano de 1990. Na sua gestão foi iniciada a construção do prédio anexo da Faculdade.
Tornou-se professor catedrático da Unesco na cadeira de Educação para a Paz, Direitos Humanos e Democracia e Tolerância, criada na Universidade de São Paulo, em 1996.
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