Mortes de motociclistas no trânsito aumentam mais de 17% em um ano em BH, aponta levantamento

Izabela Ventura - Hoje em Dia
08/04/2014 às 16:28.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:01
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

O número de mortes de motociclistas registradas no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS) aumentou 17,44% em 2013, em relação a 2012, passando de 86 óbitos para 101. O número de acidentes, no entanto, teve uma tímida redução no ano passado em comparação com o anterior.  Em 2013, o HPS atendeu 7.131 motociclistas acidentados, uma média de 19 por dia. Em 2012, foram 7.177, um número 0,69% menor. Porém, em comparação com 2011, quando houve 6.981 atendimentos, os dados de 2013 são 2,14% maiores.   Segundo pesquisa inédita realizada pela Rede Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), para a Campanha Educativa de Prevenção de Acidentes com Motocicletas, em 2013, o mês de julho teve o maior número de acidentados (681, enquanto a média mensal foi de 594), e a segunda-feira foi o dia da semana em que mais pacientes deram entrada na unidade.   A pesquisa revelou ainda que é após as 14h que o HPS registra maior volume de admissões, com pico entre 18h e 20h. Além disso, a maioria dos acidentados (60%) tem entre 18 e 30 anos e é do sexo masculino (80%).   Acidentes Graves
  Outra preocupação de médicos, entidades da categoria e, claro, das vidas que circulam sob duas rodas, é a gravidade das lesões causadas nas vítimas. Cerca de 55% dos atendimentos foi de pacientes classificados como graves. Do total geral de óbitos registrados no HPS em 2013 (1.050), 10% foram de acidentados com moto.   Dos pacientes classificados como de extrema gravidade, 63,64% morreram em menos de 24 horas após darem entrada. Muitos ficaram com sequelas irreversíveis, como tetraplegia ou danos neurológicos.   Foi o que aconteceu com Antônio Moreno da Silva Júnior, de 20 anos, que ficou paraplégico em um acidente ocorrido em Carmópolis de Minas (Centro-Oeste do Estado), em fevereiro. Ele está sendo tratado no HPS e acompanhado pela mãe, Célia Eunice Borges, de 48 anos, que parou de trabalhar para cuidar dele.   “O médico disse que Antônio não tem chances de voltar a andar. Não quero mais saber de moto em minha família”, desabafa.   O pensamento dela, entretanto, não é comum a todos os motociclistas e familiares de envolvidos em acidentes. Segundo o coordenador do serviço de neurocirurgia do HPS, Rodrigo Faleiro, ainda há muito casos de reincidentes: pessoas que, mesmo ainda passando por tratamento por causa de um acidente, caíram novamente da motocicleta.

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